Revista do Villa
Revista do Villa
Revista do Villa
Convidamos você a se juntar a nós nesta jornada, acompanhando as novidades e publicações
em forma de matérias, entrevistas e artigos realizados pela equipe de colunista.
201 itens encontrados para ""
- Letícia Isnard estreia a peça "Mostra a Tua Cara" no Teatro Firjan Sesi Centro
A tragicomédia 'Mostra a tua Cara' estreia no dia 4 de novembro, no Teatro Firjan Sesi, e revisita o período da Nova República no Brasil - Direção de Isaac Bernat - No dia 04 de novembro, 2ª feira, às 19h, estreia no Teatro Firjan Sesi, na Cinelândia , a tragicomédia Mostra a Tua Cara , com texto do premiado Rogério Corrêa (Player Playwrights/Londres) e direção do também premiado Isaac Bernat - Prêmio Zilka Salaberry de Melhor Direção, Prêmio Botequim Cultural de Melhor Ator, professor ( CAL ) e doutor em Teatro ( UNIRIO ). A peça fica em cartaz até o dia 10 de dezembro, às segundas e terças , sempre no mesmo horário (19h). Mostra a Tua Cara fala sobre o passado recente do Brasil. De quatro locais diferentes, quatro personagens revivem, por meio de diálogos fragmentados, o fim do regime militar no país e o começo da Nova República. A história se passa no Rio de Janeiro, no dia 23 de junho de 1996, o dia do assassinato de Paulo César Farias: em quatro bares diferentes do Rio, quatro personagens – um michê de sauna ( Thadeu Matos ), uma dona de casa classe-média ( Ângela Rebello) , um empresário ( Alexandre Galindo) e uma cantora de axé ( Letícia Isnard) – revivem os anos Collor e como estes mudaram suas vidas. Sobre a finalização do projeto, o diretor Isaac Bernat comenta: Trazer para o público esta tragicomédia vai ser uma oportunidade de repensar o Brasil e talvez perceber, que por mais duro que um tempo seja, ele também vai passar e quem sabe, servir de alerta para que a história não se repita, nem mesmo como farsa. O futuro não está escrito. “ No Brasil, parece que estamos numa tragicomédia cíclica, aguentando essas figuras patéticas a cada 30 anos. Como disse Caetano Veloso em seus versos: 'Será que nunca faremos senão confirmar 'A incompetência da América católica que sempre precisará de ridículos tiranos?' Apesar de tudo, tenho esperança de que a gente consiga quebrar esse ciclo vicioso e abraçar um futuro mais promissor" , analisa o autor Rogério Corrêa . O espetáculo começou a ser elaborado durante a pandemia e uma pequena versão provisória foi exibida online na época. A inspiração do projeto, segundo o autor, foi a peça Kennedy's Children , de Robert Patrick , que por sua vez inspirou Os Órfãos de Jânio , de Millôr Fernandes . Autor: Rogério Corrêa Rogério tem uma longa história nas artes dramáticas, como ator, produtor e escritor. Ele estudou dramaturgia no Brasil e no Reino Unido e fez mestrado em Roteiro na Universidade Goldsmiths , em Londres. Rogério foi assistente de coordenação no Curso de Roteiro e Dramaturgia da CAL entre 2009 e 2012.Teve peças encenadas em Londres, Mona & Eu , em 2018 e Sexo Entre Homens , em 2020. Foi finalista duas vezes no concurso de dramaturgia mais prestigiado do Brasil (Seleção Brasil em Cena), e ganhou o Prêmio Player Playwrights , em Londres, em 2018, na categoria de Melhor Peça com A Casa Que Gira . Diretor: Isaac Bernat Isaac Bernat é ator, diretor, professor de interpretação da Faculdade Cal de Artes Cênicas , doutor em Teatro pela UNIRIO e autor do livro "Encontros com o griot Sotigui Kouyaté". Ao longo da carreira já recebeu diversos prêmios: Botequim Cultural, pela atuação em “Incêndios” (Wajdi Mouawad); Zilka Salaberry , pela direção de “Lili, uma história de circo” (Lícia Manzo); Zilka Salaberry de melhor texto com “Rosa e a Semente” com o grupo Pedras, além do Prêmio Coca Cola como ator em “As Aventuras de Pedro Malazartes”. Já participou de mais de 100 montagens durante sua trajetória. Entre as peças que dirigiu, destacam-se: “ A história de Kafka e a boneca viajante” dramaturgia de Júlia Bernat, “Cora do Rio Vermelho” de Leonardo Simões ; "Tenho quebrado copos” de Ana Martins Marques ; “ O Encontro entre Malcolm X & Martin Luter King Jr” de Jeff Stetson ; “Carolina Maria de Jesus - EU AMARELO”, de Elissandro de Aquino ; "Deixa Clarear” e “Por Amor ao Mundo - Um Encontro com Hanna Arendt”, ambas de Marcia Zanelatto, e “Calango Deu", de Suzana Nascimento. Entre as peças que participou como ator, destacam-se: “Pá De Cal” , de Jô Bilac ; “Agosto”, de Tracy Letts , além de “Incêndios” e “Céus”, de Wajdi Mouawad , com direção de Aderbal Freire Filho. FICHA TÉCNICA Texto: Rogério Corrêa Direção: Isaac Bernat Elenco: Alexandre Galindo, Ângela Rebello, Letícia Isnard, Thadeu Matos Cenário: Dóris Rollemberg Figurino: Margo Margot Iluminação: Aurélio de Simoni Direção Musical: Charles Kahn Assistente de Direção: Paula Furtado Direção de Movimento: Adriana Bonfati Contrarregra – Jota Santos Coordenação de Produção: Malu Costa e Rogério Corrêa Operador de Luz: Bernardo Bastos Operador de Som: Thiago Miyamoto Assessoria de imprensa: Círculo Comunicações / Cristiana Lobo Design Gráfico e Mídias Sociais: Gustavo Ferrari (adaptado da arte de Dante) Fotos: Rômulo Corrêa Produção: Pinheiro Reis Produções Artísticas Teatro Firjan SESI Centro Endereço: Avenida Graça Aranha, 01, Cinelândia, RJ Temporada: de 04 de novembro a 10 de dezembro, às segundas e terças Horário: 19h Ingresso: R$ 40 (inteira) R$ 20 (meia) Alex Gonçalves Varela
- Entrevista com Ivo Álvares Furtado, presidente da Associação Portuguesa de Poetas
“A dinâmica dos escritores portugueses tem a meu ver que ajustar-se à do mundo global”, defende Ivo Furtado, presidente da Associação Portuguesa de Poetas A poesia é um dos pilares do mundo literário em Portugal. Conta com uma importância profunda e duradoura ao refletir a identidade e os valores culturais do país. Viva em vários momentos, expressa sentimentos coletivos, como o amor, a saudade e a luta pela liberdade. Autores como Camões, Pessoa e Sophia de Mello Breyner contribuíram para elevar a poesia portuguesa, tornando-a essencial para a literatura lusófona e uma ponte entre gerações. Especialistas consideram a poesia, em Portugal, um meio de introspeção e resistência cultural. Um dos nomes que tem defendido a manutenção e o futuro deste género literário é Ivo Álvares Furtado, médico de formação, que ocupa hoje o cargo de presidente da Associação Portuguesa de Poetas (APP), entidade que conta, atualmente, com 568 associados amantes não só da poesia, mas exímios defensores da língua portuguesa. Para perceber os caminhos da poesia em Portugal, o papel da língua portuguesa no mundo da literatura mundial e o trabalho realizado pela APP, conversamos com Ivo Furtado, que explicou os próximos projetos em desenvolvimento, incluindo um novo livro. Como avalia hoje em dia a literatura lusófona? A Literatura Lusófona está em crescendo e afirma-se cada vez mais a nível mundial, através da realidade da emergência de novos escritores, após a descolonização dos atuais países que se expressam na Língua Oficial Portuguesa. Os autores brasileiros, pelo seu número e qualidade, têm dado um grande contributo para a afirmação da Língua Portuguesa no mundo. A Língua Portuguesa sai enriquecida com os contributos dados pelo léxico e os linguajares (sotaques), próprios de cada região. É importante que os autores estejam conscientes deste enorme património cultural que têm entre mãos, para que se juntem na ação concertada de afirmação mundial. Quais os objetivos da Associação Portuguesa de Poetas? A Associação Portuguesa de Poetas (APP) tem por objeto estatutário a criação e difusão de poesia e obra literária em língua portuguesa. Que ações desenvolvem? Mantemos uma Tertúlia mensal na Sede da APP em Lisboa, que no atual formato tem uma primeira parte temática ou de homenagem a um poeta de Língua Portuguesa, para o que convidamos um preletor, especialista na área, seguida de declamação de poemas do poeta homenageado; a segunda parte é dedicada à declamação de poemas dos Associados. Temos publicações regulares: “A Nossa Antologia”, que tem em edição neste momento o seu XXVIII número; Um Boletim Informativo e Cultural que publicou no terceiro trimestre de 2024 o seu 99º número, sendo acompanhado de um Suplemento de Poemas dos Associados; Criámos na presente direção uma Revista Literária de Poesia, “Poesis” verba volant scripta manent, com periodicidade trimestral, pensando nos Associados que residam fora de Lisboa e que não tenham tanto acesso à participação presencial às tertúlias mensais na sede da APP; criámos também os “Cadernos de Poesia”, com periodicidade bimensal, de modo a dar visibilidade às valorosas obras dos Associados da APP, designadamente os mais antigos e que com a sua colaboração têm ajudado a construir o nosso projeto em prol da poesia, e de convidados de reconhecido mérito. Publicação pelo Coordenador Editorial, Dr. Rogélio Mena Gomes, da recolha de duas representações teatrais que se faziam no Dia dos Reis na aldeia de Carviçais, Torre de Moncorvo, Trás-os-Montes, designadas por “Reis Falados” e “Pastorada”, este segundo auto em risco de se perder da memória das gentes por não se encontrar, até então, publicado. Além disso, promovemos os “JOGOS FLORAIS da APP” e, neste ano, decidimos atribuir o (PRÉMIO SANTOS ZOIO), como homenagem a um dos presidentes que foi um grande dinamizador das atividades da APP; Por ocasião do aniversário da APP, efetuamos uma cerimónia de homenagem distintiva de sócios com 15 e 25 anos de inscrição; a APP participa em datas de celebração dos poetas e da poesia, como sejam, no dia 21 de março o “Dia Mundial da Poesia”, que neste ano foi celebrado em Campo Maior (Alentejo), a convite da Câmara Municipal, com a participação da Coordenadora da In-Finita, Adriana Mayrinck, numa tarde evocativa do 50º aniversário do “25 de Abril em Portugal, que abriu as portas para a Democracia e para a Liberdade. Outra data marcante em que a APP participa anualmente, é a celebração do dia 10 de junho e a evocação de Camões, com a deposição de uma coroa de flores junto à estátua do poeta e a leitura dos seus poemas. Temos também os Jograis da APP, que com as suas atuações levam bem longe o nome da nossa Instituição e a chama da Poesia em Língua Portuguesa, constituindo um ex-libris e motivo de orgulho da nossa Associação; Abrimos as portas da APP para a apresentação de livros dos seus Associados e para o acolhimento de Sessões Culturais de Poesia em Língua Portuguesa; Estabelecemos contactos com Entidades Oficiais, nomeadamente a Divisão Municipal da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, que apoia as nossas ações culturais; e a Junta de Freguesia dos Olivais, onde se localiza a sede da APP que é propriedade da Gebalis, com quem mantemos atividade colaborativa, que temos o ensejo de manter e desenvolver; Desenvolvemos contactos, que consideramos essenciais, de parceria com a Rede Sem Fronteiras, que através do dinamismo da sua presidente, Drª Dyandreia Valverde Portugal, tem dado preciosa colaboração na divulgação da Poesia dos Associados da APP no âmbito dos Países Lusófonos, numa perspetiva de que “Juntos somos mais Fortes”; Foi assim que participámos por cedência graciosa do espaço alocado às suas atividades, na 93ª e 94ª Feira Internacional de Lisboa e bem assim a participação com um debate no Congresso Internacional de Culturas Lusófonas, que teve lugar no Parque dos Poetas, em Oeiras; Estabelecemos outras colaborações e parcerias, de que destacamos o trabalho de levar a poesia até às prisões, como foi o caso da deslocação ao Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha, que levou à publicação de poesia feita pelos reclusos; a profícua parceria com a Sociedade Filarmónica União Capricho Olivalense (SFUCO), uma Entidade Cultural do nosso Bairro. Receção nas instalações da APP, de ilustres visitantes, nomeadamente da Academia Internacional de Literatura Brasileira, na pessoa de Linda Lemos, da Academia de Letras dos Municípios Cearenses, na pessoa de Bernivaldo Carneiro, da Academia Camocinense de Ciências, Artes e Letras, na pessoa de Manoel Osdemi, do Instituto Olhar a Língua Portuguesa no Mundo, na pessoa de Nilzangela Souza, da Associação Brasileira de Escritores – ABRESC, na pessoa de João Paulo Vani, da Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares – AMCLAM, na pessoa de Carlos Alberto da Silva Santos Braga, e da interação com visitantes de outras proveniências, nomeadamente, do Cabo Verde, de Angola, e de associados, entre outros, residentes na Suíça, Reino Unido, e Canadá. E tem sido assim, que “levando connosco a poesia, vamos percorrendo o nosso caminho, rasgando horizontes, trabalhando afincadamente: e…, num curto espaço de tempo, CAMINHANDO JUNTOS Quando juntos caminhávamos, levando connosco a Poesia; subitamente reparávamos, que o impossível,…, acontecia!” Quais os projetos atuais e futuros? A APP, para este mandato, pretende consolidar o trabalho desenvolvido pela atual direção e delinear o futuro, que passa pela motivação e integração de elementos mais jovens, o que tem sido difícil pelas exigências profissionais na fase ativa, colocadas aos mesmos. Desejamos também incentivar os associados a intervir mais ativamente nas atividades da sua Associação, para que seja possível ampliar o campo de ação, nomeadamente levando a poesia às escolas, entre outras ações. Como surgiu esta entidade? Quem a integra? Em 3 de Abril de 1985,…, há 39 anos, na Sociedade Portuguesa de Geografia de Lisboa,…, dava-se início a uma linda história da Poesia Portuguesa: a Criação da Associação Portuguesa de Poetas. Os doze Poetas Fundadores: Luís Filipe Martins Soares, José Maria Bento de Sousa, Maria Amélia Bota Correia, Luís Filipe Barros Curado, Maria de Lurdes Pires de Carvalho, Jorge Manuel Cabrita Trigo, José Vitorino Neves Dias, Luís Rodrigues Pires, Maria Emília Pires Venda, José Augusto Azevedo, Paulo Alexandre Martinho Pereira Ribeiro, Palmira Morgado Valério da Silva, reuniram-se com o propósito de publicar poesia em Língua Portuguesa. Após um percurso itinerante, em Lisboa, em Benfica, e posteriormente com sede provisória na Casa das Beiras,…, estabelece a sede nos Olivais, na Rua Américo de Jesus Fernandes, 16-A, 1800-023. Lisboa. Portugal. Integram a Associação Portuguesa de Poetas, neste momento, 568 associados. Os atuais corpos sociais têm a seguinte composição: ASSEMBLEIA GERAL Presidente: ROGÉLIO MENA GOMES Sócio nº 109 Vice-Presidente: CARLOS CARDOSO LUÍS Sócio nº 124 Secretária: MARIA CELESTE PEREIRA Sócio nº487 DIRECÇÃO Presidente: IVO ALVARES FURTADO Sócio nº 416 Vice-Presidente: MARIA AUGUSTAB TAVARES Sócio nº 454 1º Secretário: AMÁLIA FAUSTINO MENDES Sócio nº 517 2ª Secretária: CRISTINA MARIA MARCELINO CÂNDIDO BARROCA Sócio nº 509 Tesoureira: MARIA HELENA BARRADAS Sócio nº 448 CONSELHO FISCAL Presidente: AUGUSTO TELHEIRO Sócio nº 417 1ª Secretária: MARIA DE JESUS NUNES Sócio nº 461 2ª Secretária: FELISMINA MEALHA Sócio nº 272 Numa tónica de "estado da arte", como vê a vitalidade da poesia em Portugal? Consegue traçar um panorama? Apesar das dificuldades na edição de poesia, que são por todos nós sentidas, não será por acaso que Portugal é conhecido por ser um país de poetas. Talvez por ser “um jardim à beira mar plantado”, propicia a criação e o deleite da poesia. O clima, a beleza natural e a natureza afável de um povo fraterno e acolhedor, são os ingredientes necessários ao desfrute da vida, que em si mesmo é poesia. Noutra vertente existe a relação com o fado, inscrito na matriz nacional, em que a poesia dá voz a esta canção tradicional portuguesa, que hoje é Património Mundial. Segundo a minha perspetiva, têm surgido pequenas editoras que têm procurado ocupar o espaço deixado livre pelo grande circuito editorial. Nestas circunstâncias, pese embora possa ser publicada muita poesia, a qualidade da mesma é, em minha opinião, questionável. Porém desta maneira, a seleção será feita “no terreno” e assim poderá emergir a poesia popular, que doutro modo poderia não ter acesso à edição. Como explica a dinâmica dos escritores portugueses no mundo? Há espaço para novos destaques, tendo em vista as "políticas" editoriais atuais? A Dinâmica dos escritores portugueses tem a meu ver que ajustar-se à do mundo global, em que o trabalho de conexão entre os autores deve ser feito em articulação simultânea e proximidade com as Editoras. Deste modo consegue-se chegar a um público mais amplo, começando pelo Espaço Lusófono. Esta foi uma das razões da minha aproximação da Editora In-Finita, cuja Coordenadora, Adriana Mayrinck, alia a simpatia ao profissionalismo, tendo uma visão futurista sobre a Edição Literária, que se ajusta aos objetivos comuns de fazer chegar a obra literária ao público-alvo, dando a conhecer ao mesmo, os seus autores. Quero realçar em particular a participação que tive no prefácio, a convite da Editora In-Finita, da Coletânea “Liberdade”, por constituir, em minha opinião, uma referência nas publicações recentes de poesia em Portugal, editada por ocasião das Comemorações do Cinquentenário da Revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal. Um exemplo a ressaltar e enaltecer, de coragem, na visão de prestação de serviço à Comunidade, na Edição Literária. Parabéns, à Coordenadora Adriana Mayrinck e à magnífica Equipa Editorial! Que trabalhos tem desempenhado como autor? Quais as obras mais recentes? E que novos projetos estão no horizonte? Os livros que tenho publicado, inserem-se numa linha definida de publicações temáticas sobre assuntos candentes a cada momento, de que enquanto autor dou testemunho, e que pelo meu posicionamento e percurso social e académico, me trazem responsabilidade acrescida na transmissão de um legado, que possa constituir mais-valia, ao que possa ser publicado por outrem. Neste alinhamento, e através de um espírito de permanente observação crítica construtiva do meio envolvente, flui a minha poesia, na procura de conseguir contribuir para a correção daquilo que possa estar mal, como as afrontas à dignidade humana (ex.: fome, pobreza, miséria, guerra, discriminação), entre outras. Simultaneamente, um olhar contemplativo sobre a vivência sentida de cada momento do meu percurso de vida, espelhada nos poemas. O objetivo final é o de criar massa crítica através da leitura dos meus livros: - Ensinamentos de uma vida (1996 – Edição de Autor, com o Pseudónimo de “André Portugal, ISBN: 972-97277-0-8”; - Poesia no quotidiano (1997 – Edição de Autor, com o Pseudónimo de “André Portugal, ISBN: 972-97277-1-6”; - Novas Causas. Sempre a Poesia (2022 – 1ª Ed. Prime Books, ISBN: 978-989-655-504-7); - Cidadania. Poesia, Pensamento e Literacia (2023 – 1ª Ed. Prime Books, ISBN: 978-989-655-516-0); - A Língua Portuguesa que nos Une (2024 – 1ª Ed. In-Finita, ISBN: 978-989-9143-70-8); Esta minha última publicação, ao revelar a poesia de um “Viajante Lusófono”, no caso o próprio autor, aumentou o desejo de dar a conhecer a minha poesia aos falantes da Língua Portuguesa em todo o mundo e em particular dos Países de Língua Oficial Portuguesa. Brevemente será editado pela In-Finita o meu próximo livro temático de poesia, subordinado ao tema “Poesia e Educação” sob o título “A Semente Verde da Esperança”, a que outros se seguirão. Esta edição programada de livros tem sido acompanhada de participação em múltiplas Antologias de Poesia, elaboração de prefácios, introduções de livros e apresentações literárias a convite e bem assim, entrevistas, de que esta é um exemplo. O que exatamente influencia o seu trabalho? A vontade de continuar a edição de Poesia em Língua Portuguesa, deixando a poesia fluir de acordo com o porvir, sem preocupações de o fazer, mas com o compromisso de realizar, conforme haja a necessidade imperiosa de acontecer. Simultaneamente, pretendo desfrutar a vida familiar e cumprir o meu mandato enquanto presidente da Associação Portuguesa de Poetas. Inspiram-me as pessoas simples e os bons exemplos de vida. Inspiram-me os Poetas que Amam Portugal, a Língua Portuguesa e Lisboa. O meu poeta predileto é Fernando Pessoa, especialmente pelo seu amor à Língua Portuguesa e pela visão que tinha acerca da sua capacidade de união em torno de si, de todos os falantes desta Língua; pelos seus heterónimos, de que tenho predileção por Álvaro de Campos, pela sua poesia livre, com a qual me identifico, e também pela sua vivência em Lisboa que tanto amo. O livro subordinado ao título “A Língua Portuguesa que nos Une”, foi pelas razões apontadas, o que de entre as minhas publicações mais sinto ter-me permitido aproximar mais deste insigne poeta, que humildemente tenho como referência e procuro seguir. Quem é Ivo Álvares Furtado? Ivo Furtado é natural de Margão (Goa- Índia), de nacionalidade Portuguesa, 72 anos, médico (formação: licenciado e doutor pela Universidade de Lisboa; agregado pela Faculdade de Medicina de Lisboa; professor catedrático de medicina, na especialidade de anatomia, pela Universidade da Madeira, jubilado em Julho de 2022); escritor, membro nº 1556 da Associação Portuguesa de Escritores e sócio nº 416 da Associação Portuguesa de Poetas. Atualmente, partilho o meu tempo entre o desempenho das funções de presidente da Associação Portuguesa de Poetas, cargo para o qual fui eleito no triénio de 2023-2026, a escrita e a família. Ígor Lopes
- Revista do Villa: um ícone da mídia nacional e internacional, pelo olhar do jornalista Gilson Romanelli
No mundo das revistas, existe uma publicação que se destaca pela sua excelência e versatilidade: a Revista do Villa . Com uma presença sólida no Brasil e em Portugal, essa revista é sinônimo de informação, estilo e entretenimento. E é com grande honra que eu, Gilson Romanelli, me considero um colunista colaborador dessa prestigiosa publicação. Uma Visão Geral: A Revista do Villa é uma plataforma que abrange uma ampla gama de temas, classificados como: Turismo : destinos exóticos, dicas de viagem e experiências inesquecíveis. Gastronomia : receitas, restaurantes e tendências culinárias, universo de vinhos e outros. Entretenimento : cinema, teatro, música e eventos. Cultura : arte, literatura e manifestações culturais. Moda & Design : tendências, estilos e inovações. Bem-Estar : saúde, fitness e equilíbrio pessoal. Personalidade : entrevistas, notas e atualidades. Coluna Social Informativa: A Revista do Villa se orgulha de ter uma das colunas sociais mais informativas do país. Com colaboradores experientes, conhecidos, e renomados, a revista oferece uma visão única e atualizada sobre o que está acontecendo no mundo social, cultural e econômico. Reconhecimento Internacional: A Revista do Villa não é apenas uma publicação nacional; ela também tem uma forte presença em Portugal. Sua capacidade de conectar culturas e comunidades é um testemunho de sua qualidade e alcance. A Revista do Villa é um verdadeiro ícone da mídia. Com sua abordagem diversificada e colaboradores talentosos, ela se consolidou como uma das revistas mais badaladas do Brasil e de Portugal. Estou lisonjeado de fazer parte dessa equipe e contribuir com meu conhecimento e experiência. Se você ainda não conhece a Revista do Villa , é hora de descobrir o que a torna tão especial. Acompanhe todas as matérias e artigos publicados diariamente pelo endereço do site oficial https://www.revistadovilla.com . Siga também pelo instagram @revistadovillaoficial e facebook https://www.facebook.com/revistadovilla . Prepare-se para ser transportado a um mundo de informação, estilo e entretenimento! Gilson Romanelli (jornalista-colaborador da Revista do Villa)
- Mineradores destacam o potencial econômico da mineração em MT
Durante o lançamento oficial da 2ª Expominério, a seriedade da atividade foi ressaltada por organizadores e patrocinadores É momento de mostrar à sociedade que a atividade de mineração autorizada e regulamentada por legislações federais e estaduais faz pela nossa economia. Essa foi a tônica do lançamento oficial da 2ª Expominério, realizado na noite de sexta-feira (25.10), no Açougue 154, em Cuiabá. O evento reuniu mineradores, organizadores, patrocinadores, apoiadores e membros da imprensa. “A mineração é uma atividade legalizada que deve ser cada vez mais profissionalizada”, defendeu a advogada Pâmela Alegria, uma das organizadoras da 2ª Expominério, que ocorrerá de 7 a 9 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal. O evento, que inicialmente foi planejado para 300 pessoas em 2023, reuniu mais de duas mil pessoas, e a expectativa é de que neste ano mais de 5 mil pessoas participem dos três dias de exposições, palestras, oficinas e capacitações sobre a atividade mineradora em Mato Grosso. “O setor de mineração em Mato Grosso é muito forte. É o sexto maior em produção mineral do Brasil, e a intenção é que a Expominério se torne uma referência na mineração, assim como a Expoagro é para o agronegócio. Isso depende de todos nós, unindo forças para tornar esse evento ainda maior”, comentou o jornalista Disney de Paula, também um dos organizadores do evento. Em Mato Grosso, cerca de 85% dos mineradores são pequenos empresários, e a chegada de grandes empresas, como a Nexa, tem mudado a realidade de muitos municípios. Aripuanã (a 1.200 km de Cuiabá) tem sentido essa mudança com o aumento populacional e a movimentação no comércio local. “Nós conseguimos colocar Mato Grosso de forma efetiva numa vitrine no cenário nacional, que se transportou para um viés internacional, atraindo várias entidades com interesses de investimento. E esse passo precisa ter continuidade. Lançamos oficialmente a 2ª Expominério, edição 2024, para que as pessoas conheçam, efetivamente, a mineração de Mato Grosso. Teremos várias surpresas, incluindo o lançamento do projeto Educa Mineração, onde vamos trazer crianças das escolas estaduais para aprender sobre a mineração e circularem pela Expominério. Vamos desmistificar isso desde a infância para fortalecer o futuro da nossa atividade”, afirmou Pâmela. O gerente regional da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Mato Grosso, Levi Saliès Filho, destacou que o evento é uma oportunidade para o estado se apresentar aos grandes ‘players’ da mineração. “Nosso estado nasceu com a mineração; basta ler um pouco da história de Mato Grosso. E por que não ter uma mineração de excelência? Eu sempre digo que, se o agro é pop, a mineração é top. E ela pode ser top, sim, se atender às normas, respeitar a legislação e estar em conformidade com o órgão regulador, que é a agência nacional. Sinto orgulho de estarmos virando essa chave e mostrando que Mato Grosso também tem excelência na mineração”. Patrocinadores e apoiadores do evento A Expominério 2024 conta com o patrocínio oficial do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e da Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat). Também tem patrocínio da Alpha Minerals e da Federação das Cooperativas de Mineração de Mato Grosso (Fecomin), Azevedo Sette Advogados, Nexa, Keystone, Aura Apoena, Rio Cabaçal Mineração, Ero Brasil Xavantina e Fomentas Mining Company. O evento conta com apoio institucional da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Grupo de Trabalho da Mineração da ALMT, Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin), Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto Brasileiro de Gemas & Metais Preciosos (IBGM), Associação dos Profissionais Geólogos do Estado de Mato Grosso (Agemat), Federação Brasileira dos Geólogos (Febrageo), Núcleo de Mineração da USP (Nap.Mineração), Câmara de Comércio Brasil-Canadá, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Abrasel. Mais informações pelo site www.expominerio.com.br . Alex Oliveira
- Entrevista com Prof. Dr. Jose Luis Arranz Gil, presidente da Academia Portuguesa de Fibromialgia
Visita técnica a Salamanca marcou início do protocolo de colaboração que vai beneficiar estudos na área da fibromialgia Imagens: Agência Incomparáveis A equipa da Academia Portuguesa de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica, com sede na Covilhã, região Centro de Portugal, realizou a sua primeira visita técnica às instalações do “Banco Nacional de ADN” da Universidade de Salamanca, em Espanha, no último dia 23 de outubro. A comitiva contou ainda com a presença do reitor da Universidade da Beira Interior, Mário Raposo, além de investigadores da UBI, entre outros nomes. Uma iniciativa que visou dar início operacional ao protocolo de colaboração assinado entre a Academia Portuguesa de Fibromialgia e a referida Universidade, com vistas a possibilitar o acesso dos pesquisadores ao “Banco Nacional de ADN” de doentes afetados com fibromialgia. Para conhecer os resultados e a importância desta visita, conversamos com o Prof. Dr. Jose Luis Arranz Gil, presidente da Academia Portuguesa de Fibromialgia, que revelou que, através de uma solicitação formal fundamentada à Academia, todos os pesquisadores interessados poderão utilizar as informações disponíveis no âmbito dos estudos sobre doentes com Fibromialgia. Como surgiu o convite para visitar o “Banco Nacional de ADN” em Salamanca? A Fundación de Afectados y Afectadas de Fibromialgia y Síndrome de Fatiga Crónica (FFC) de Espanha tem um acordo de colaboração científica com o Banco Nacional de ADN de Espanha com sede em Salamanca para investigar as bases genéticas que podem existir nas pessoas que sofrem com fibromialgia e fadiga crónica. A nossa Academia assinou com essa entidade um protocolo de colaboração que possibilita que tenhamos também acesso à essa Base de Dados Nacional de Salamanca. A visita serve para promover uma melhor interação entre as duas entidades. Ou seja, trata-se de uma visita oficial e protocolar para ver “in situ” como trabalham os cientistas do referido centro e estabelecer como serão as linhas de colaboração na investigação. Quando e porque foi assinado este protocolo de colaboração? O protocolo de colaboração foi assinado no dia 12 de julho de 2024, dia em que a Academia Portuguesa de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica atribuiu o título de Académico de Mérito ao Engenheiro Catalão Alfred Blasi, doente curado e grande investigador da Fibromialgia. O protocolo foi assinado pela amizade pessoal que me une a esse estudioso e à referida Fundação espanhola. Neste ato, o reitor da Universidade de Beira Interior (UBI) e membros da Câmara Municipal da Covilhã atuaram como testemunhas do acordo. A assinatura do Protocolo de Colaboração foi muito importante para a Academia Portuguesa de Fibromialgia e, claro, para os doentes de Fibromialgia, pelo que quer o Reitor da UBI, Sua Excelência o Professor Mário Raposo, quer um representante da Câmara Municipal, estiveram disponíveis e assistiram com entusiasmo. Porque a Academia Portuguesa de Fibromialgia, titular do acordo de colaboração com a referida Fundação, decidiu envolver a UBI nesta iniciativa? Um evento tão importante e fundamental para os doentes com Fibromialgia, fadiga crónica e dor não deveria ser apenas liderado pela Academia Portuguesa de Fibromialgia, mas, também, deveria ser co-liderado pela entidade máxima de investigação e formação no nosso meio, e na região, que é, sem dúvida, a Universidade da Beira Interior. Há já data para que o acordo de colaboração assinado seja operacionalizado e esteja disponível para os investigadores portugueses? A partir da nossa visita, no dia 23 de outubro de 2024, o acordo já estará operacional e os investigadores portugueses que o solicitem e cumpram os requisitos metodológicos exigidos podem iniciar a investigação das bases genéticas dos doentes no Banco Nacional de ADN, em Salamanca. Pode afirmar que o conhecimento da genética dos doentes afetados por fibromialgia e fadiga crónica é importante para uma correta compreensão e melhoria do tratamento da doença? Sem dúvida. Este conhecimento é fundamental. Atualmente, todos os cientistas concordam que a genética não é decisiva, mas, sim, predisponente, pelo que é, sem dúvida, necessário conhecer a genética destes pacientes para estabelecer a “epigenética”, o que possibilitará, através destes dados, conhecer melhor a doença e tratá-la. Que avaliação faz da visita e o que mais lhe chamou a atenção? A avaliação que eu faço é extraordinária. Tivemos a oportunidade de reunir e discutir temas importantes. Houve uma reunião privada para formalizar alguns acordos de cooperação entre a Universidade de Salamanca e a UBI em várias áreas académicas, não somente na parte das Ciências da Saúde. Fomos tratados magnificamente. Decorreu uma visita à Biblioteca da Universidade de Salamanca e também à Base de Dados de ADN, onde nos explicaram como se criou essa base, os seus objetivos, o número de amostras e foi possível conhecermos o local de armazenamento dos dados e das amostras. Ficamos fascinados com a forma como conduzem o trabalho no local. Por fim, o que os investigadores portugueses das Ciências da Saúde que desejem aceder aos dados genéticos de pacientes com fibromialgia e fadiga crónica da Base Nacional de ADN de Salamanca devem fazer para poderem realizar as suas pesquisas com base nessas informações? Deverão solicitar para um endereço de correio eletrónico que estamos a estabelecer o pedido de utilização dessa Base de Dados Nacional, descrevendo no pedido a investigação que será realizada, os investigadores que nela estão envolvidos e a possível utilidade da referida investigação. Ígor Lopes
- Justiça brasileira considera “inconstitucional” alíquota de 25% de IR sobre aposentadoria recebida por residentes no exterior
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil decidiu, no último dia 21/10, ser “inconstitucional a incidência da alíquota de 25% do Imposto de Renda na fonte sobre pensões e aposentadorias recebidas por brasileiros que residem no exterior”. A decisão, tomada em sessão virtual encerrada em 18/10, beneficia um grande número de brasileiros que residem em Portugal e que contavam com “um corte” de 25% dos seus rendimentos provenientes de aposentadoria. A ação estava em tribunal desde maio de 2021. De acordo com o STF, este “tribunal, por unanimidade, (…) fixou a seguinte tese: É inconstitucional a sujeição, na forma do art. 7º da Lei nº 9.779/99, com a redação conferida pela Lei nº 13.315/16, dos rendimentos de aposentadoria e de pensão pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residentes ou domiciliados no exterior à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 25% (vinte e cinco por cento), nos termos do voto do Relator”. A alíquota de 25% foi estabelecida na Lei 9.779/1999, com a redação dada pela Lei 13.315/2016. O caso julgado pelo STF teve início com uma ação movida por uma cidadã brasileira residente em Portugal que recebia um salário mínimo de aposentadoria pelo Regime Geral da Previdência Social. A Turma Recursal do Juizado Especial Federal da 4ª Região declarou “inconstitucional” a incidência dessa alíquota e determinou a aplicação da tabela de alíquotas progressivas, prevista na redação atual da Lei 11.482/2007. No STF, a União sustentou que a diferença de tratamento “não se dá em razão de função profissional, classe ou valor econômico, mas de questão territorial, uma vez que a Fazenda Nacional brasileira não tem poderes em território estrangeiro”. Segundo este argumento, a alíquota de 25% está fundada no facto de que “a tributação é feita exclusivamente na fonte, pois o contribuinte não tem de apresentar declaração de ajuste anual no Brasil”. No seu voto, o ministro Dias Toffoli, relator, afirmou que a alíquota de 25% sobre pensões e aposentadorias de residentes no exterior “viola os princípios da progressividade do Imposto de Renda e da vedação do não confisco”. Na opinião deste ministro brasileiro, “a alíquota única não leva em conta que as aposentadorias e as pensões são, em regra, as principais fontes de renda de quem as recebe, além de incidir sobre a totalidade dos rendimentos, e não apenas sobre a parcela que supera a faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda aplicada aos residentes no país”. Ainda na avaliação do relator, “a regra também viola os princípios da isonomia, da proporcionalidade e da capacidade contributiva”, já que, “quem mora no país está sujeito à tabela progressiva do Imposto de Renda e pode fazer deduções na declaração anual, reduzindo a carga do imposto, os residentes no exterior ficam sujeitos a uma única e alta alíquota de 25% sobre o total dos rendimentos, sem nenhuma dedução”. Caso luso-brasileiro Para Paulo Porto Fernandes, advogado luso-brasileiro em atuação em Portugal e antigo deputado à Assembleia da República de Portugal, “após os trâmites de publicação do acórdão pelo STF e normatização pela Receita Federal brasileira, a decisão deve beneficiar todos os contribuintes que se enquadram nesta situação, bem como aos que recolheram o imposto sob esta incidência nos últimos cinco anos, desde que estes cidadãos sejam “não residentes”, ou seja, desde que tenham feito a declaração de saída definitiva do Brasil”. “Em relação ao Brasil e a Portugal, esta questão poderia ter sido tratada na XIII Cimeira Luso-Brasileira, entretanto sequer houve pauta no âmbito da Segurança Social nesta oportunidade, muito embora o Grupo Parlamentar Partido Socialista, do qual tive a honra de integrar, tivesse apresentado esta sugestão antes do final da XIV Legislatura, haja vista ser este um pleito muito recorrente, premente e que traria justiça à comunidade luso-brasileira que vive esta realidade, mas felizmente esta inconstitucionalidade foi sanada através desta recente decisão e a justiça foi feita”, reiterou Paulo Porto Fernandes. Por sua vez, Claúdio Valença Motta, presidente do Conselho Empresarial de Relações Internacionais da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais e conselheiro da Câmara Portuguesa de Minas Gerais, no Brasil, sublinha que o julgamento ficou marcado pelo tema ter sido julgado inconstitucional com base nos 25% e alegou que as cobranças vão ser paralisadas, “sendo os valores tributados pela tabela progressiva, como todo brasileiro”. “A Receita Federal provavelmente vai tentar algum procedimento, mas será preciso aguardar. Os contribuintes poderão recuperar a tributação dos últimos cinco anos, não sujeitos a precatório. Quem extrapolar os valores mínimos deverá demandar na Justiça Federal, mas a grande maioria será via Juizado Especial Federal (60 salários mínimos) de limite para este juizado”, frisou. Ação arrasta-se há anos nos tribunais brasileiros Em declarações à nossa reportagem, Eduardo Neves Moreira, vice-presidente da Academia Luso-Brasileira de Letras, ex-deputado na Assembleia da República portuguesa e ex-presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CP-CCP), conhecido por ser um dos defensores do término dessa dupla tributação, sobretudo no caso luso-brasileiro, disse que esta “luta acontece há cerca de seis anos” e visa “eliminar a injusta cobrança de 25% de imposto de renda na fonte que vem incidindo sobre todas as aposentadorias e pensões concedidas no Brasil e pagas em Portugal”. “Tal cobrança, além de ser injusta e discriminatória, contraria o Acordo de Seguridade Social existente entre o Brasil e Portugal e que vem penalizando milhares de aposentados e pensionistas do Brasil residentes em Portugal”, questionou Eduardo Neves Moreira, que, este ano, durante as celebrações do dia 7 de setembro, promovidas pela Embaixada do Brasil em Portugal, voltou a defender a sua discussão no âmbito da próxima Cimeira Luso-Brasileira”. “Em 2016, o governo brasileiro promulgou a Lei 13.315, que determinou que todas as aposentadoria e pensões pagas no exterior, passassem a ser classificadas como remessa de divisas para o estrangeiro, impondo a tributação sobre o valor desses proventos com a alíquota de 25% sobre o seu valor. Tal facto causou estranheza, pois até então tais valores eram submetidos à tabela progressiva do imposto de renda na fonte incidente sobre os rendimentos do trabalho. Quando a referida lei entrou em vigor, alguns países questionaram essa tributação sob a alegação de que a Convenção para Evitar a Dupla Tributação mantida entre eles e o Brasil, determinava que tais valores deveriam ser cobrados com exclusividade pelo país de destino do beneficiário, o que levou as autoridades brasileiras a suspender tal cobrança para os citados países, causando uma situação discriminatória com os demais países, que não mantinham a referida Convenção com o Brasil nem aqueles cuja Convenção previa a cobrança, com exclusividade, no país de origem dos rendimentos”, explicou Eduardo, que recorda que a lei contrariava o estipulado no “Acordo de Seguridade Social mantido entre Brasil e Portugal, que prevê o respeito às isenções concedidas no país de concessão pelo país de destino”, o que “não foi respeitado”. Eduardo Moreira narrou que, diante destas informações, “procurei as autoridades brasileiras junto ao Ministério de Relações Exteriores (Itamarati), sendo observado que entre Brasil e Portugal, historicamente, um brasileiro residente em Portugal ou um português residente no Brasil, sempre tinham algum privilégio sobre os demais estrangeiros, o que não estava agora a ocorrer para os beneficiários de aposentadoria ou pensão concedidas no Brasil, residentes em Portugal e que para lá transferiam a percepção de seus proventos. Para corrigir isto, havia dois caminhos: a abertura de uma demanda judicial ou a alteração de Convenção para Evitar a Dupla Tributação com Portugal, recorrendo à figura de lhe ser dado um tratamento isonómico. Como a cobrança estava a atingir aqueles que residiam em Portugal, cabia ao governo português apresentar o questionamento ao Brasil, visando à necessária correção”. “Procurei o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que se mostrou sensível ao problema e, após troca de informações, foi apresentado o necessário questionamento ao Estado Brasileiro, visando à solução para o problema. No entanto, como o assunto deveria ser discutido numa Cimeira Luso-Brasileira e esta foi sendo adiada pelo Brasil durante vários anos, somente em abril deste ano é que foi realizada, em Lisboa, oportunidade em que o assunto, embora constante da pauta do encontro, não foi discutido diante de um pedido de adiamento por parte da Receita Federal do Brasil e, mais uma vez, a injusta cobrança continuou a ser mantida, penalizando, mensalmente, inúmeros beneficiários”, confirmou Eduardo, recordando que a exclusão dessa tributação foi, enfim, tratada no STF. “Ainda persistem algumas dúvidas a respeito, apesar de que a decisão do STF tem repercussão geral, pois ficamos sem saber se, de pronto, a cobrança deixará de existir para todos ou se apenas beneficiará aqueles que a questionaram. A melhor solução para o assunto seria o Governo Brasileiro apresentar uma medida judicial, alterando a Lei 13.315, no que diz respeito a este tema, evitando assim a demora decorrente de novas decisões, postergando a aplicação da decisão do STF. Temos a expetativa de que isto possa ocorrer, como medida justa e de atendimento a todos, pois a grande maioria dos atingidos pela tributação injusta e, agora, indevida, são pessoas de reduzido poder aquisitivo e com a consequente dificuldade de recorrer ao judiciário. Enfim, depois de muita luta, a justiça está sendo feita”, finalizou Eduardo Neves Moreira. Atualmente, Portugal não está a divulgar publicamente a quantidade específica de brasileiros que residem no país ao abrigo do visto D7, voltado para aposentados e titulares de rendimentos próprios. Este tipo de visto é muito utilizado entre os aposentados brasileiros devido aos requisitos de comprovação de rendimentos. De acordo com o extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), órgão que foi substituído pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), a população brasileira é a maior entre os estrangeiros nesse país europeu. Em discussões recentes, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) de Portugal defendeu que os brasileiros que são residentes fiscais no país deveriam ser tributados conforme as regras locais. Ígor Lopes
- Tito Nogueira o Galã alagoano que conquistou a Europa
Tito Nogueira nasceu em 30 de maio 1988 Maceió, Alagoas, mas sua família é do interior do estado, de uma pequena cidade chamada Ouro Branco. Já aos 8 anos de idade o pequeno Tito Nogueira foi morar em São Paulo, onde adorava ver TV e logo surgiu uma curiosidade em saber como funcionava esse mundo do entretenimento. Certo dia foi fazer uma entrevista de emprego numa agência de eventos, onde iria trabalhar na parte da logística do evento. Porém, o dono da empresa gostou tanto de seu perfil que o colocou com os modelos da agência para fazer os eventos. Nesse período, um de seus amigos, Anderson Orsi o chamou para ir ao set de gravação para trabalhar em figuração e depois que fez essas aparições em várias cenas. Veio então o convite para fazer vários outros projetos, entre eles comerciais de carros, cervejas, filmes e séries também. O belíssimo Tito Nogueira passou alguns meses dividindo seu tempo entre comerciais, passarelas, fotografando e no SBT fazendo figuração na novela Chiquititas, onde conheceu outro amigo que o apresentou aquele que seria seu futuro marido (Marcos Marin), um artista plástico, pintor e escultor de renome internacional, que morava na época em Monte-Carlo Mônaco. Nessa construção de parceria profissional e amorosa, (Marin) fez o convite a Tito para ir com ele viver na Europa. E assim foi onde começaram a trabalhar juntos: Tito fazendo a parte da logística da carreira dele e ele, Marin, ficava responsável pela montagem das exposições de arte nos países europeus. Tito Nogueira e Marcos Marin realizam trabalhos em vários países como Mônaco, França, Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Rússia, Dubai, entre outros países pelo mundo a fora, enquanto passaram a moram em Ventimiglia, Itália. Tito Nogueira conquistando o mundo com seu trabalho, beleza, elegância e gentileza. Sucessos maiores virão! João Sousa
- Mayra Andrade esgota Teatro Tivoli BBVA com espectáculo 'reEncanto' e abre nova data a 17 de janeiro
Após esgotar a primeira data de apresentação, o espetáculo ‘reEncanto’ de Mayra Andrade vai voltar a subir ao palco do Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, a 17 de Janeiro de 2025. Os bilhetes já estão à venda na Ticketline e locais habituais. ‘ reEncanto ’ é um álbum gravado ao vivo na Union Chapel (Londres) em 2023, e revisita o repertório composto por Mayra Andrade de forma mais intimista, acompanhada unicamente pelo violão de Djodje Almeida. Um álbum que marca simultaneamente o início e o encerramento de um ciclo na vida da artista que, após ter sido mãe, sentiu a necessidade de redescobrir a sua própria voz dentro das suas canções: “O projecto ‘reEncanto’ permitiu-me reencontrar o meu repertório e partilhar as histórias que inspiraram essas músicas. A edição digital e em disco deste projecto tão especial já se encontra disponível digitalmente e em formato físico, e antecipou os dois espectáculos que MAYRA ANDRADE tem agendados na emblemática sala lisboeta Teatro Tivoli BBVA, a 9 de Dezembro 2024 e 17 de Janeiro 2025. Débora Grave | Força de Produção debora.grave@fproducao.pt | (+351) 917 186 339 Travessa de Paulo Jorge, 11 A 1300-444 Lisboa Revista do Villa
- Perfil: Dra Renata Fioretti
Dra Renata Fioretti: Mais que uma história profissional esse é um caso de amor com a saúde dos animais. A Dra Renata Fioretti, Tem sua linda história de amor com as terapias orientais desde muito tempo, tratando de pessoas e animais com devoção, carinho e muito profissionalismo, uma mulher deusa com o dom da cura em suas preciosas mãos. Dra Renata Fioretti é uma competente terapeuta, natural de São Paulo onde se graduou na em fisioterapia, num momento em que se sentia cobrada pra saber o que se teria que ser da vida, e não se sentia totalmente preparada pra escolher uma profissão pra toda vida. Naverdade sua mãe lhe sugeria direito ou medicina, mas nesse momento Renata descobriu que poderia se apaixonar por veterinária então na época do vestibular, ficou na lista de espera da Unesp em veterinária. E logo em seguida desistiu dessa profissão, já que descobriu que na faculdade se sacrificava os animais do canil da faculdade, para estudos de cirurgia. No final do procedimento todos os animais eram eutanasiados, e isso ela não tinha coração para aceitar. (Isso era feito até pouco tempo atrás) Então Dra Renata Fioretti seguiu na profissão da moda que naquele momento era fisioterapia. Em 2003 se formou e entrou imediatamente na pós-graduação de acupuntura, atuando assim pouco na fisioterapia, e descobriu que sua paixão era mesmo acupuntura, e claro, dar aulas. Em 2005 se formou na pós de acupuntura e imediatamente comecçou a dar aulas em várias instituições, Unip, Fefisa, Fmu, Gama Filho, Estácio de Sá, Ceata, Cetn. Dra Renata encontrou na acupuntura e nas aulas sua paixão e realização profissional. Cuidar é gratificante e ensinar é mágico. Ter o carinho e a paciência é fundamental nesse trajeto, e claro muito conhecimento. É importante nunca parar de estudar, tanto que atualmente está em outra pós sobre técnica do Mestre Tung, uma linha de atuação dentro da acupuntura. Em 2018 entrou na faculdade de veterinária, movida pelo sonho antigo de cuidar dos peludinhos. Num estágio em que fazia logo após se formar, chegou uma cachorrinha ia ser eutanasiada pois não estava mais andando, idosa e cega o tutor achou que não seria bom pra ela mantê-la viva. A dona da clínica sugeriu acupuntura, e quando Dra Renata atendeu a Pipoca, depois de três sessões ela estava andando, depois de mais algumas estava saltitando!!! E isso pra Dra Renata foi uma mensagem de Deus: segue seu caminho naquilo que sabe e ama! Hoje, Dra Renata Fioretti atende pelados & peludos, com muito amor, felicidade e esperança de que cada vez mais as pessoas entendam que a acupuntura é uma terapia que ajuda em vários aspectos, melhora a qualidade de vida sem trazer efeitos colaterais. Se as pessoas entendessem isso fariam mais esse tipo de tratamento. E o animal, talvez por não criar tantas barreiras, talvez por ser um ser menos complexo, acaba tendo uma melhora muito mais rápida que o humano. João Sousa
- Apesar dos “entraves”, especialistas defendem que Brasil e Portugal estão a evoluir no campo da interação comercial
Portugal e Brasil mantêm uma relação comercial marcada por oportunidades promissoras, assentes em laços históricos e culturais que facilitam a troca e a colaboração. Nos últimos anos, diversos setores têm se destacado como áreas de interesse mútuo. Empresas brasileiras investem em território português, aproveitando o acesso à União Europeia, enquanto as empresas portuguesas vislumbram o mercado brasileiro como um potencial impulsionador de crescimento, de olhos postos num mercado gigantesco. Se existem oportunidades, existem também dificuldades a serem superadas. A língua comum e o entendimento cultural são fatores que proporcionam uma base sólida para o incremento dessas parcerias comerciais. Mas a falta de informação adequada é apontada por especialistas como um “gargalo” longe de ser ultrapassado. A partir deste ponto, o diálogo entre as duas nações deve ser reforçado e ampliado, numa aposta entre ambas as nações na busca por políticas que incentivem a inovação, a desburocratização e a facilitação de investimentos bilaterais. Prova desse esforço passa pelo raio-x do balanço comercial entre Brasil e Portugal, que tem apresentado um crescimento significativo nos últimos anos, mas com um enorme potencial ainda a ser explorado. Em 2023, o Brasil registou um superávit recorde de cerca de US$ 98,84 mil milhões na balança comercial total, impulsionado principalmente pelo aumento nas exportações e pela redução nas importações. Segundo Otacílio Soares, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB), “as oportunidades entre Brasil e Portugal no campo comercial são vastas e diversificadas, especialmente à luz das transformações económicas globais e das iniciativas bilaterais”. “Ambos os países têm explorado setores estratégicos, com destaque para tecnologia, energias renováveis, agroindústria e economia digital. No Brasil, o agronegócio continua a ser uma potência, e Portugal, com a sua localização estratégica na União Europeia, pode se tornar num hub essencial para a exportação de produtos brasileiros para mercados europeus e além. Além disso, temos visto um grande interesse por parte de empresas portuguesas em investir no Brasil, principalmente em áreas como infraestrutura, mobilidade urbana e projetos de sustentabilidade”, defendeu este responsável. Outro setor em crescimento, de acordo com Otacílio, “é o da inovação tecnológica e startups”. “Portugal tem se destacado como um polo de inovação na Europa, com eventos globais como o Web Summit, e isso atrai cada vez mais empreendedores brasileiros que buscam um ambiente propício para desenvolver as suas ideias e expandir as suas empresas internacionalmente. Da mesma forma, empresas portuguesas encontram no Brasil um grande potencial de expansão, especialmente em áreas como tecnologias de informação, energias renováveis e turismo”, sublinhou. Esta interação será reforçada, nos próximos dias, por uma intensa agenda empresarial focada nas startups que vai ter lugar em paralelo à edição do Web Summit Lisboa, entre os dias 11 e 14 de novembro. Uma dessas experiências será liderada pelo escritório europeu da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX Europa), que vai realizar o “Matchmaking Day”, no dia 13 de novembro, nas instalações do DNA Cascais, com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, com o objetivo de “apoiar o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, em especial a partir de Portugal para toda a Europa e para os países da CPLP”, no âmbito do apoio à missão da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), especificamente para o evento de tecnologia na capital portuguesa. “O WebSummit Lisboa é um evento estratégico para mostrarmos ao mundo o Brasil como celeiro de inovação e a ApexBrasil está levando a maior delegação brasileira da história para o evento, oferecendo trilhas de preparação para que tenham os melhores resultados possíveis em Lisboa”, comentou Ana Paula Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil. “Parcerias estratégicas” Higor Ferro Esteves, diretor geral da Funcex Europa, avaliou que “sermos escolhidos pela APEX, pelo segundo ano consecutivo, para recebemos as startups brasileiras durante o WebSummit é um exemplo concreto desse resultado de valorização da ligação entre Brasil e Portugal”. Este tipo de parceria, envolvendo entidades, associações e Câmaras de Comércio e Indústria, têm acontecido com maior frequência nos últimos anos, promovendo sinergias importantes e criando ambientes propícios de negócios em várias regiões de Portugal e, também, em solo brasileiro. Fontes do meio empresarial sustentam que “o papel das Câmaras de Comércio e das Associações Empresariais, nos dois países, é vital para aproximar empresas, governos e investidores”, através da realização de um número crescente de eventos, conferências e fóruns que “facilitam a troca de experiências, a identificação de oportunidades de negócios e a superação de desafios”, o que resulta “não apenas em acordos comerciais, mas também em parcerias estratégicas de longo prazo que contribuem para o crescimento económico sustentável de ambos os países”. Acordo entre UE e Mercosul: grande oportunidade para fortalecer os “laços comerciais” No campo da crescente conectividade aérea e marítima entre Brasil e Portugal, existem também oportunidades. É o que defende o presidente da CCILB, que comenta que, “tanto o turismo quanto o comércio de bens e serviços estão em uma trajetória ascendente”. “Portugal tem sido um destino cada vez mais procurado pelos turistas brasileiros, e o Brasil também se apresenta como uma excelente oportunidade para investidores portugueses no setor hoteleiro e de turismo, além de oferecer um mercado consumidor de grande dimensão”, confirmou. Existe, num formato natural, uma maior aproximação entre Brasil e Portugal em vários níveis, incluindo o campo diplomático. As duas nações mostram-se alinhadas em diversos temas e em diversas pautas internacionais. Esta conjugação só não é maior pelo facto de haver entraves no tão esperado acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Estes dois blocos económicos, dissonantes no que toca ao setor do agro e da proteção ambiental, por exemplo, poderiam, para os especialistas, potencializar a expressão comercial de um país continental, que é o Brasil, e a importância geoestratégica de ser Portugal uma porta de entrada para a Europa. Quem sairia a ganhar também neste quesito seriam os países que integram a CPLP. “O relacionamento entre a União Europeia e o Mercosul tem sido um dos temas mais debatidos nos últimos anos, especialmente após o anúncio do acordo comercial entre os blocos. Embora o processo de ratificação tenha enfrentado obstáculos e desafios, o acordo representa uma grande oportunidade de integração e fortalecimento de laços comerciais. Este acordo, quando plenamente implementado, pode trazer benefícios significativos para ambos os lados, promovendo a eliminação de barreiras comerciais, o aumento do fluxo de investimentos e a cooperação em áreas fundamentais como meio ambiente, inovação e sustentabilidade”, confirmou Otacílio, que recorda, no entanto, que “não podemos ignorar que existem questões complexas a serem resolvidas, como a sustentabilidade ambiental, em particular, tem sido uma área de debate central nas negociações, com a União Europeia colocando uma ênfase crescente na proteção ambiental e no combate às mudanças climáticas”. “Esta é uma área onde o diálogo precisa continuar, e acredito que o Mercosul, incluindo o Brasil, está disposto a cooperar para encontrar soluções equilibradas que atendam às necessidades de ambas as partes. Apesar dos desafios, acredito que os dois blocos estão mais conectados do que afastados, e há um esforço contínuo de ambos os lados para manter o diálogo aberto e produtivo. A União Europeia reconhece a importância do Mercosul como um parceiro estratégico, tanto em termos comerciais quanto geopolíticos, e o Mercosul também entende a relevância de fortalecer as suas relações com um dos maiores blocos económicos do mundo. Estamos em um momento de transição, e acredito que, com diplomacia, diálogo e boa vontade, podemos avançar em direção a uma cooperação ainda mais sólida no futuro”, disse Otacílio. Mas nem sempre é fácil encontrar o tom certo na adaptação aos novos mercados e formatos de empreender nos dois países. Em declarações à nossa reportagem, Sónia Crisóstomo, empresária e integrante do Clube de Mulheres Empreendedoras de Portugal e do Business Club do World Trade Center em Lisboa, explica que as maiores dificuldades que os empreendedores enfrentam ao investir em Portugal “é a falta de informação, de conhecimento de mercado, de aculturamento dos seus produtos e soluções de serviços”. “Costuma-se usar muito a palavra “dor” para se falar das necessidades dos clientes. E o investidor de fora, que vem para Portugal, precisa compreender que a “dor de cá” pode não ser a “dor de lá”. Produtos e serviços são criados e gerados para resolver as situações dos clientes e compreender o que o cliente quer. Isso faz parte do desafio”, afiançou Crisóstomo, que avalia que “entender a legislação portuguesa é um ponto de situação em que os empresários brasileiros devem investir tempo”. “Quando estamos no Brasil, costumamos dizer que o nosso país é burocrático. Chegando em Portugal compreendemos que a legislação fiscal é mais desafiadora e a falta de conhecimento nessa área pode inviabilizar o negócio. Buscar profissionais contabilistas que sejam referência é um “salva-vidas””, referiu esta empresária. Para quem decide investir num país ou noutro, embora a língua portuguesa seja considerada uma “moeda comum”, é preciso tempo para se adaptar e, sobretudo, perceber quando recuar e recomeçar. “A afinidade cultural, a língua comum e os valores compartilhados são fatores que facilitam a colaboração e promovem um ambiente de negócios mais acolhedor e acessível. Portugal, em particular, tem se destacado como uma plataforma de entrada para o mercado europeu, com regulamentos e políticas que facilitam a instalação de empresas brasileiras, seja por meio de investimentos diretos ou por joint ventures . A interação entre Brasil e Portugal nas relações empresariais e económicas tem alcançado um novo patamar, sendo marcada por uma sinergia natural e pela disposição de ambos os países em promover um diálogo fluido e construtivo. Hoje, podemos afirmar que os laços empresariais são mais estreitos do que nunca, com um fluxo constante de investimentos bilaterais e iniciativas conjuntas em diversas áreas estratégicas”, finalizou Otacílio Soares. Ígor Lopes