Revista do Villa
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Convidamos você a se juntar a nós nesta jornada, acompanhando as novidades e publicações
em forma de matérias, entrevistas e artigos realizados pela equipe de colunista.
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- SAHIC, um dos maiores Eventos de Hotelaria e Turismo do Mundo acontecendo no Fairmont
O SAHIC Latin America & The Caribbean – Hotel and Tourism Investment Forum é um dos principais eventos de investimentos em hotelaria e turismo na América Latina e Caribe. A 19ª edição do evento ocorreu nos dias 24 e 25 de março de 2025 no Fairmont Rio de Janeiro Copacabana, reunindo líderes empresariais, investidores e especialistas para discutir tendências e perspectivas do mercado hoteleiro. Como hoje, 25 de março de 2025, é o segundo e último dia do SAHIC, espera-se a continuidade das discussões iniciadas ontem, com foco em estratégias de expansão e oportunidades de crescimento no setor hoteleiro e turístico. A programação inclui painéis, mesas-redondas e sessões de networking para fomentar parcerias e investimentos na região. Palestrantes e temas abordados: O evento contou com a participação de diversos executivos de destaque, incluindo: • Thomas Dubaere, CEO Accor Américas na Divisão Premium, Midscale & Economy (PM&E), que participou do painel “Perspectivas da indústria: líderes hoteleiros refletem e olham para o futuro”, moderado por Peter Greenberg, editor de viagens da CBS News. • Camil Yazbeck, Global Chief Development Officer da Accor. • Abel Castro, Chief Development Officer Accor Americas PM&E. • Mauro Rial, Chief Operations Officer North, Hispanic Americas Accor PM&E. • Pedro Cardoso, Vice President Astore. • Luis Mirabelli, Vice President of Development for Latin America & Caribbean Accor PM&E. • Claudia Piña, Development Manager – Colômbia, Equador e Peru Accor PM&E. • Jore Zaragoza, Director, Development – México, América Central & Caribe Accor PM&E. • Edouard Schwob, SVP Development Accor Americas Luxury & Lifestyle. • Guilherme Cesari, Head of Development Accor Americas Luxury & Lifestyle. Os temas abordados nos painéis e mesas-redondas incluíram: • Perspectivas econômicas da América Latina e Caribe, apresentadas por economistas do CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina. • Inovação e resiliência no turismo, com discussões sobre estratégias para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades no setor. • Panorama do mercado da hospitalidade, com dados concretos para definição de estratégias e decisões de investimentos na região. Além disso, foram realizadas dinâmicas de networking, como mesas-redondas e reuniões individuais, para potencializar negócios e parcerias entre os participantes. Objetivo principal do evento: O SAHIC 2025 teve como objetivo principal reunir investidores, desenvolvedores, líderes empresariais e especialistas do setor para discutir estratégias de expansão, oportunidades de crescimento e tendências da indústria hoteleira e turística na América Latina e Caribe. O evento serviu como uma plataforma para fomentar a colaboração, catalisar o crescimento do setor na região e promover oportunidades de desenvolvimento das marcas líderes de mercado.  A realização do SAHIC no Fairmont Rio de Janeiro Copacabana reforçou o papel estratégico da cidade no turismo e no setor de investimentos em hospitalidade, proporcionando um ambiente ideal para discussões que impulsionarão o futuro do turismo na região. Viviane Fernandes
- Dicas de 5 Trilhas e Cachoeiras incríveis no nosso Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro tem diversas trilhas e cachoeiras incríveis dentro da própria cidade, muitas delas gratuitas e acessíveis de transporte público ou carro. Aqui estão cinco das melhores opções: ⸻ 1. Cachoeira do Horto Localização: Parque Nacional da Tijuca, no bairro do Horto, Zona Sul Entrada: Gratuita Como chegar: • De ônibus: Pegue um ônibus para o Horto (linhas como 409 e 410) e caminhe até a entrada da trilha. • De carro: Estacione próximo ao Jardim Botânico e suba a pé até o início da trilha. Sobre a trilha: • Nível: Fácil • Tempo: 20 minutos • Uma das cachoeiras mais populares da cidade, com um poço bom para banho. ⸻ 2. Cachoeira das Almas Localização: Setor Floresta da Tijuca, Parque Nacional da Tijuca Entrada: Gratuita Como chegar: • De ônibus: Pegue um ônibus para a Praça Afonso Vizeu, no Alto da Boa Vista (linhas 301, 302, 345). De lá, caminhe até a entrada do parque. • De carro: Há estacionamento na entrada do parque. Sobre a trilha: • Nível: Fácil • Tempo: 20 a 30 minutos • Caminhada tranquila por um trecho de mata fechada, com uma bela cachoeira no final. ⸻ 3. Cachoeira do Camorim Localização: Parque Estadual da Pedra Branca, Camorim, Zona Oeste Entrada: Gratuita Como chegar: • De BRT: Pegue o BRT até a estação Rio 2 e depois um ônibus ou táxi até a Estrada do Camorim. • De carro: Estacione próximo à igreja de São Gonçalo do Camorim e siga a pé. Sobre a trilha: • Nível: Moderado • Tempo: 1h • Trilha cercada de mata atlântica, terminando em uma cachoeira com um poço ótimo para banho. ⸻ 4. Trilha do Morro do Pai Inácio e Cachoeira do Chuveiro Localização: Parque Nacional da Tijuca, próximo ao setor Vista Chinesa Entrada: Gratuita Como chegar: • De ônibus: Pegue um ônibus até o Alto da Boa Vista e caminhe até o início da trilha. • De carro: Vá até a Vista Chinesa e estacione próximo à entrada da trilha. Sobre a trilha: • Nível: Moderado • Tempo: 40 minutos • Caminhada curta e recompensadora, com vista panorâmica da cidade e uma cachoeira refrescante no final. ⸻ 5. Cachoeira Véu da Noiva (Gruta do Belmiro) Localização: Parque Nacional da Tijuca, Setor Floresta Entrada: Gratuita Como chegar: • De ônibus: Pegue um ônibus até a Praça Afonso Vizeu, no Alto da Boa Vista. • De carro: Estacione na entrada do Parque Nacional da Tijuca e siga a trilha. Sobre a trilha: • Nível: Moderado • Tempo: 40 minutos • Uma das cachoeiras mais bonitas da Floresta da Tijuca, com uma queda d’água fina e cristalina. ⸻ Dicas para aproveitar melhor as trilhas e cachoeiras do Rio de Janeiro: Vá com roupas leves e tênis apropriado. Leve repelente e protetor solar. Evite dias de chuva, pois as trilhas podem ficar escorregadias. Leve lanche e água, pois não há comércio na maioria desses locais. Sempre respeite a natureza e leve seu lixo de volta. Viviane Fernandes
- “Visitando Camille Claudel” reestreia marcada por muita emoção
Foto Zeca Amorim "Visitando Camille Claudel" Atriz Adriana Rabelo Na noite de ontem, a atriz Adriana Rabelo subiu ao palco do Teatro Laura Alvim para um reencontro muito especial, a sua Camille Claudel que está de volta para uma curta temporada durante o mês de abril. O espetáculo que tem texto e direção de Ramon Botelho é uma obra prima. A interpretação de Adriana arrebata a platéia ao longo do monólogo em que é possível sentir cada dor, angústia e desespero da escultora que viveu entre o final do século XIX e início do XX (1864–1943). A peça, livremente inspirada na vida e na obra da genial escultora francesa Camille Claudel, segue o fluxo de memória da artista, reinventando de forma poética as passagens marcantes da sua vida: a infância, o auge em Paris, a conturbada história de amor com Rodin, o isolamento e sua interdição. Camille se atreveu a ser escultora, profissão estritamente masculina na época; sofreu com o preconceito da sociedade patriarcal, e acabou internada involuntariamente em um hospício durante 30 anos, de onde jamais saiu. Apesar da história de Camille Claudel se passar entre o final do século XIX e início do XX, os temas que abordamos no espetáculo continuam dolorosamente atuais. Igualdade de gênero, saúde mental, o reconhecimento da mulher no mercado de trabalho, luta antimanicomial. Esses são debates que ainda precisamos ter. E há algo ainda mais profundo: o machismo estrutural. Camille não foi silenciada apenas por sua relação com Rodin ou por conflitos familiares. Ela foi vítima de um sistema que não aceitava que uma mulher fosse tão talentosa quanto – ou mais – do que os homens. O mundo da arte no século XIX, como tantas outras áreas, era dominado por uma lógica masculina que restringia o acesso das mulheres, negava-lhes reconhecimento e autonomia. Peça "Visitando Camille Claudel" - Foto Zeca Amorim O machismo estrutural faz com que as mulheres precisem sempre provar mais, resistir mais e se justificar mais do que os homens. Se uma mulher demonstra ambição e desejo por reconhecimento, coloca sua opinião de forma assertiva é taxada de exagerada, nervosa ou descontrolada. Se desafia as regras, é punida. Camille foi punida com o isolamento e o esquecimento. Seu internamento por 30 anos em um asilo, mesmo sem diagnóstico psiquiátrico claro, não foi apenas um destino cruel, mas um reflexo desse sistema que prefere calar as mulheres a permitir que ocupem o espaço que merecem. Levar Visitando Camille Claudel ao palco do Teatro Laura Alvim não é apenas contar uma história. É provocar reflexão. É mostrar como esse machismo estrutural, que destruiu a vida de Camille no século XIX, ainda ecoa nas dificuldades que as mulheres enfrentam hoje para serem respeitadas e reconhecidas em suas carreiras e escolhas. É falar sobre a mulher que tem talento, inteligência e autonomia, mas que encontra barreiras para exercer sua arte e sua liberdade. É um lembrete de que, mesmo hoje, as vozes femininas ainda precisam lutar para não serem silenciadas. Peça "Visitando Camille Claudel" - Foto Humberto Ribeiro Com produção de Carangola Produções e Rotunda e Bambolina a peça fica em cartaz até o dia 27 de abril, sempre às sextas e sábados, às 20h e domingo, às 19h. Hoje, após o espetáculo haverá um bate papo com Pedro Cattapan, psicanalista e professor da UFF e UFRJ e autor do livro “Psicanálise, Criatividade e Depressão”. Revista do Villa || Alessandra Dayrell
- Bairros Históricos do Rio de Janeiro - Flamengo
A história do bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, remonta à descoberta da Baía de Guanabara e à fundação da cidade. O bairro se desenvolveu ao longo do tempo, com a construção de ruas, edifícios e palacetes. Imagem da Praia do Flamengo - seculo XVIII - Arquivo Nacional Segundo a versão mais difundida, o nome Flamengo é uma referência ao navegador neerlandês Olivier van Noort , que tentou invadir a cidade no século XVI desembarcando na Praia do Flamengo . Os naturais dos Países Baixos eram historicamente designados por flamengos, por serem provenientes da Flandres . Em fins de 1503, o navegador Gonçalo Coelho abastecia de água da sua expedição na foz do rio Carioca , que desaguava na atual Praia do Flamengo. Embora os portugueses chamassem o lugar de Aguada dos Marinheiros, os Tamoios influenciaram na mudança do nome para rio Carioca em função de uma feitoria construída no local. Carioca, na língua dos Tamoios, quer dizer casa de branco (cari - branco; oca – casa). Martins Afonso de Souza vem ao Rio de Janeiro, em 1530, e desembarca na foz do rio Carioca, região conhecida pelos índios como Uruçu-Mirim (abelha pequena na língua dos Tamoios), que ficava nas imediações onde hoje está a Rua Barão do Flamengo. Em 1531, Pero Lopes de Souza , que fazia parte da expedição de Martim Afonso de Souza , constrói a primeira casa de pedra da cidade, na foz do rio Carioca, que foi a primeira edificação do gênero existente nas três Américas. Esta casa serviu de moradia ao primeiro juiz da cidade, Pedro Martins Namorado , nomeado em 1565 por Estácio de Sá . A casa foi destruída por uma ressaca, sendo reconstruída no século XVII para servir de moradia para o sapateiro português Sebastião Gonçalves que ali residiu de 1606 a 1620. Por isso, na época, a Praia do Flamengo foi denominada de Praia do Sapateiro. A casa de pedra existiu por um período de duzentos anos, desaparecendo por volta dos anos setecentos. O primeiro sinal de urbanização do Flamengo foi uma estrada construída no século XVII para levar a produção de açúcar do Engenho D’El Rei, que ficava na atual Lagoa, ao Porto do Rio. Imagem da Praia do Flamengo - 1929 - IMS Foi na administração do Prefeito Pereira Passos , com a abertura da Avenida Beira-Mar, que a região se modernizou e o Flamengo ganhou um punhado de prédios e palacetes elegantes. A avenida, que ia da Avenida Rio Branco a Botafogo, era considerada, na inauguração, um dos lugares mais bonitos do mundo. Imagem da Praia do Flamengo - 1915 - MultiRio No início do século XX, o Castelinho do Flamengo construído entre 1916 e 1918 , concebido pelo arquiteto italiano Gino Copede para se tornar a residência do comendador Joaquim da Silva Cardoso e de sua esposa Carolina. Joaquim era um rico construtor português, à época foi responsável por várias construções de palacetes para a sociedade carioca. Imagem do Castelinho do Flamengo - entao residencia do Comendador Joaquim Silva Cardoso Atualmente é um centro de cultura, com uma videoteca que dispõe de mais de 1 500 títulos em acervo. No segundo andar, está o auditório Lumiére, com capacidade para quarenta lugares e mais duas salas para cursos e workshops e uma sala para exposições; na torre (quarto andar), há o espaço Curinga, uma sala de leitura de textos dramatizados. Já o belo Hotel Central não teve tanta sorte. O Hotel figurava na Praia do Flamengo entre os anos de 1915 e 1951. Ficava localizado bem na esquina com a Rua Barão do Flamengo. Ele tinha seis andares, elevadores e 124 cômodos dotados de banheiros com água quente e telefone, um verdadeiro luxo para época. Os terraços mobiliados tinham vista para a Baía de Guanabara. Imagem do antigo Hotel Central - Praia do Flamengo - Anos 20 - IMS Por estar localizado em frente à Praia do Flamengo, onde havia uma curta faixa de areia, o hotel oferecia vestiários na orla e pacotes que incluíam as refeições, sem a necessidade de hospedagem, em uma época na que os banhos de mar começavam a ficar na moda. Imagem do antigo Hotel Central - 1917 - Praia do Flamengo - Brasiliana Fotografica Imagem dos ambientes do antigo Hotel Central - Anos 20 - Praia do Flamengo Com a crescente poluição da Baía de Guanabara e a mudança do público para as vizinhas Copacabana e posteriormente Ipanema, o Hotel Central foi se esvaziando até encerrar suas atividades em 1950, sendo demolido no ano seguinte. A especulação imobiliária colaborou também para a sua demolição. Também na praia do Flamengo, uma casa construída em 1920 destaca-se até os dias de hoje elegantemente. Se trata de uma reminiscência do Rio de Janeiro com inspiração Europeia, de uma época quando a paisagem da cidade era dominada por residências individuais e sobrados. Imagem do então Palacete Seabra - Anos 30 - Casa Julieta de Serpa Imagem do interior do entao Palacete Seabra (atual Casa Julieta de Serpa) O palacete, onde hoje é a Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa, foi construído em 1920, fruto de uma linda história de amor. Apaixonado pela mulher, Demócrito Lartigau Seabra, filho de uma importante família de comerciantes, quis dar de presente à sua esposa, Maria José, a mais bela casa do Rio de Janeiro. O casal teve uma vida longa e feliz neste pequeno e imponente palácio. Em 2001, com a morte do filho mais velho da família, o palacete foi vendido para uma empresa que queria construir um prédio no local. No entanto, o Departamento Geral do Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Cultura havia tombado a casa em 1997, logo, a demolição não foi permitida. Um ano depois, o educador e antiquário Carlos Alberto Serpa de Oliveira se interessou e comprou o palacete para nele instalar uma casa de cultura em homenagem à sua mãe, dona Julieta, uma senhora que amava e se dedicava à cultura e às artes, e que sempre desejou criar um centro cultural. Assim, surgiu a Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa O bairro foi alvo de grandes empreendimentos imobiliários, em função de sua localização privilegiada junto ao Aterro do Flamengo, que dá um toque único ao bairro, pela sua beleza natural. Imagem da Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa - Diivulgação Na próxima matéria falaremos da construção do Aterro do Flamengo. Não percam! Fontes: Arquivo Nacional Acervo Instituto Moreira Salles Brasiliana Fotográfica Casa de arte e Cultura Julieta de Serpa André Conrado
- Autarca de Castelo Branco e prefeito de João Pessoa assinam “Acordo de Geminação” em Portugal
Acordo foi assinado pelo presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues (à esquerda), e pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena Filho — Fot o cedida pelo município de Castelo Branco As cidades de Castelo Branco, na região Centro de Portugal, e de João Pessoa, no nordeste do Brasil, formalizaram, no dia 13 de março, um “Acordo de Geminação” para distribuírem “conhecimentos, recursos e tecnologias, promovendo a prosperidade mútua para as suas comunidades”. A expetativa, segundo apurámos, é que a parceria “seja duradoura”. O ato foi celebrado numa sessão solene de assinatura ocorrida no Salão Nobre dos Paços do Município de Castelo Branco e foi promovido pelo presidente da Câmara Municipal local, Leopoldo Rodrigues, e pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena Filho. De acordo com estes dois responsáveis, a colaboração é vital entre as “duas cidades irmãs, cuja ligação surgiu no âmbito da Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na Categoria de Artesanato e Arte Popular”. O acordo de Geminação “pretende o fortalecimento das relações bilaterais, o reforço das parcerias comerciais e industriais, através de projetos e intercâmbios, proporcionando oportunidades para negócios inovadores e estabelece a cooperação em diversas áreas”, como artes populares e artesanato, intercâmbio cultural, iniciativas para jovens e educação, tecnologia e inovação, saúde e bem-estar, sustentabilidade ambiental, desporto e atividades recreativas, turismo e promoção regional, resiliência e gastronomia. Leopoldo Rodrigues fez uma breve apresentação do concelho albicastrense, enumerando as suas principais caraterísticas, as suas potencialidades e os elementos patrimoniais da região, com destaque para o bordado de Castelo Branco, as obras de Manuel Cargaleiro, a natureza e os produtos endógenos. “Este é o primeiro passo para aprofundarmos a relação entre Castelo Branco e João Pessoa, em diferentes domínios, seja na Cultura ou no Artesanato, enquanto elemento central, seja em elementos econômicos, tendo em vista o progresso das terras”, assinalou o autarca. Este autarca disse ainda que a sua cidade está disponível “para interagir com o município de João Pessoa, que se encontra em forte expansão económica e demográfica, além de tentar perceber as suas dinâmicas para continuarmos a lutar no sentido de contrariar a tendência de saída dos mais jovens e conseguir a permanência dos que têm mais idade”. Ao final do discurso, Leopoldo Rodriguês acentuou que “temos muitas expetativas nesta relação com João Pessoa e naquilo que ela possa trazer para todos”. Já o prefeito de João Pessoa revelou a sua “satisfação e honra nesta geminação que tem motivo nas raízes e na Cultura” e frisou que “a partilha da língua [portuguesa] vai favorecer esta ligação”. Este responsável também enalteceu os pontos fortes de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, com cerca de 800 mil habitantes e que, nos últimos seis anos, ganhou mais 126 mil habitantes e destacou três áreas: tecnologia, educação e habitação. O político brasileiro acredita que o acordo vai facilitar “a vinda de empresários para cá” e “potenciar o que aqui há”, com o objetivo primordial de “melhorar a vida dos que cá moram”. A sessão solene da assinatura do “Acordo de Geminação” terminou com a entrega de lembranças, em especial de um exemplar do Bordado de Castelo Branco. Estiveram presentes, além das autoridades citadas e integradas à comitiva brasileira: a esposa do prefeito, Lauremilia Lucena, a presidente de honra do Programa do Artesanato Paraibano, Ana Maria Lins, a secretária de Estado do Turismo e Desenvolvimento Económico da Paraíba, Rosália Borges Lucas e vários empresários. Note-se que o acordo de ‘Cidades Geminadas’ é mais um ato de união entre Portugal e Brasil para atração empresarial e melhoria de vida dos moradores por meio de uma série de iniciativas. Castelo Branco comemora reconhecimento nacional do seu bordado tradicional O Município de Castelo Branco congratulou-se com a decisão do instituto Património Cultural de Portugal, tornada pública no dia 20 de fevereiro, de aprovar a inscrição do Bordado de Castelo Branco, “autêntico símbolo identitário do concelho albicastrense”, após candidatura apresentada pela Câmara Municipal em 2023. O despacho publicado em Diário da República frisa a importância da “manifestação do património cultural imaterial e respetivo saber-fazer, com destaque para as bordadeiras” e “os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu esta arte até aos dias de hoje”. Também vinca a necessidade da preservação do Bordado de Castelo Branco, face às “ameaças e os riscos suscetíveis de comprometer a viabilidade futura deste saber-fazer, pondo em risco a sua transmissão intergeracional”. Segundo informações oficiais, a Câmara Municipal de Castelo Branco tem concebido uma série de iniciativas no sentido de estudar, preservar e divulgar o Bordado de Castelo Branco, afirmando-o como um ativo fundamental no contexto das estratégias de desenvolvimento local, promovendo a coesão e a identidade municipal. “É neste âmbito que deve ser entendida a ação do Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, do Museu da Seda ou do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, equipamentos culturais que procuram dar a conhecer as matérias-primas, o saber-fazer e a história desta produção. Esta arte reúne características que a tornam única e distinta entre os vários bordados, como a utilização de matérias-primas nobres: a seda e o linho artesanal. Os seus desenhos apresentam uma simbologia própria, como a árvore da vida, os pássaros, os cravos, as rosas, os lírios, as romãs ou os corações”, defendeu a autarquia. Os motivos que caracterizam o Bordado de Castelo Branco refletem-se noutras áreas, além dos têxteis. Os passeios da cidade apresentam exemplos originais na calçada portuguesa e existem prédios que ornamentam as suas fachadas com os símbolos do Bordado de Castelo Branco, tornando-o no ex-libris da capital da Beira Baixa. A importância e o peso cultural inquestionável do Bordado tornaram Castelo Branco Cidade Criativa da UNESCO, na categoria Artesanato e Artes Populares, em 2023. Atualmente, o Bordado de Castelo Branco é reconhecido internacionalmente e a sua presença no Museu Victoria & Albert Museum, em Londres, assim como na Catedral de Manchester, são exemplos que atestam a excelência desta arte. Ígor Lopes
- Com direção de Cesar Augusto, solo inédito “Cobras, lagartos e minhocas” estreia no CCBB Rio
Com direção de Cesar Augusto, solo inédito “Cobras, lagartos e minhocas” estreia em 9 de abril no CCBB RJ, com dramaturgia e atuação de Álvaro Menezes Os curiosos acontecimentos da vida de um homem de meia-idade, desde o final de sua infância até o término de seu casamento, são o ponto de partida de “Cobras, lagartos e minhocas”, espetáculo que estreia em 9 de abril de 2025 no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro . Idealizado, escrito e encenado por pelo ator e dramaturgo Álvaro Menezes . O solo tem direção de Cesar Augusto e fará uma curta temporada até 21 de abril, com apresentações de quarta a sábado, às 19h; domingo, às 18h; e segunda, às 19h. Saltando vertiginosamente do drama à comédia, da década de 1960 aos anos 2000 e vice-versa, “Cobras, lagartos e minhocas” é um sensível retrato da luta de um homem em busca de acolhimento e de sua autêntica identidade. As cenas se apresentam como ritos de passagem entre a infância e juventude. Toda a tensão das primeiras experiências, dúvidas e inseguranças estão em cena, transformando o simples ato de viver em marcas do tempo. Se, por um lado, estão lá evidências de uma vida heterossexual, como as namoradas da juventude, a iniciação sexual, o casamento e os filhos, também habitam esse imaginário a expansão do desejo, abusos sexuais, bullyings e traumas comuns à infância e juventude que reverberam na vida adulta. A dramaturgia nasceu durante as aulas que Álvaro teve com a atriz Camila Amado em 2018, a quem ele dedica o espetáculo. “Eram aulas com altas doses de filosofia, ilustradas por inigualáveis histórias de sua vida pessoal e artística”, lembra. “Me inspirei nas minhas memórias, distanciando o ator do autor, mantendo o frescor de uma história ficcional contada pela primeira vez. Toda vida, por mais aparentemente sem graça que possa ser, pode dar uma bela história. Aí, se faz teatro”, conta. “Cobras, lagartos e minhocas’” coloca no centro da cena os contratempos divertidos e profundos de um performer e de um espectador, embaralhando suas memórias em uma profusão de lembranças. “O público é convidado a mergulhar nessa composição, na qual os relatos se entrelaçam e refletem as contradições e os conflitos de uma sociedade patriarcal. Questões estruturais, muitas vezes tidas como intransponíveis, são perscrutadas para que, quem sabe, possamos identificar suas armadilhas. O humor é a chave para adentrarmos nesse habitat de recordações e descobertas”, explica Cesar Augusto. Sobre Álvaro Menezes Ator e dramaturgo, iniciou seus estudos de teatro no O Tablado, nos anos 1980, participando de diversas peças. Entre o final dos anos 1990 e meados dos anos 2000, atuou em várias campanhas publicitárias para televisão, jornal e revista. De 2018 até hoje atuou em 11 peças, 12 curtas-metragens, além de ter participado em cinco novelas (quatro na Rede Globo e uma na Record) e três minisséries, que irão ao ar ainda em 2025. É autor das peças “Casal de namorados em tarde bucólica” (inédita), “Cão sem dono” (em produção), do livro de contos “Cachorro manco” e do roteiro de média-metragem “Embarcados”. Entre os anos de 2012 e 2017, foi roteirista e apresentador do programa “Arte Falada”, da rádio Roquette Pinto, com mais de 250 edições. Sobre Cesar Augusto Integra a Cia dos Atores desde a sua formação como ator, diretor e, eventualmente, como cenógrafo há 35 anos, e mantém há 15 anos, com seus parceiros, a Sede da Cia dos Atores, localizada na Lapa – Escadaria Selarón, onde atua como diretor artístico. Dirige o TEMPO_FESTIVAL há 10 anos. Foi diretor artístico da ocupação CÂMBIO, no Teatro Gláucio Gill e Teatro Café Pequeno, ambos indicados ao Prêmio APTR RJ de 2011 e 2012. Idealizador da residência HOBRA – Holanda/Brasil, esteve à frente, como curador da área de artes cênicas, do Instituto Galpão Gamboa, sendo indicado aos principais prêmios da cidade do Rio de Janeiro. Em 2016, recebeu o prêmio APTR na categoria Especial, pela multiplicidade de ações artísticas. Atuou em espetáculos como “Melodrama”, “Ensaio.Hamlet”, “Insetos” e “Conselho de Classe” – sendo este indicado aos prêmios Shell e APTR e tendo circulado pelo país e em diversos festivais internacionais na América Latina, América do Norte e Europa. Atualmente, participa do espetáculo “Julius Caesar – Vidas Paralelas”. Como diretor, esteve à frente de dezenas produções teatrais, como “Cerca Viva” e “LA CODISTA_BR”, entre 2022 e 2023; e “A Tropa”, que segue em circulação há sete anos. Durante a pandemia, dirigiu e atuou em diversos trabalhos que receberam indicações ao prêmio APTR, entre eles, “Entre Homens”, “Kabaré Online”, “FIGO” e “Processo Julius Caesar”. Entre 2022 e 2023, dirigiu dois espetáculos no Centro Cultural Oi Futuro: a obra teatral multimídia “BU!” e o infantil “Meus 2 Pais”. Em 2024, dirigiu a peça “Claustrofobia”, premiada na categoria melhor cenário (ao lado de Beli Araújo) no Prêmio Shell 2025. Sobre o CCBB RJ Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar. Ficha Técnica Texto: Álvaro Menezes Direção: Cesar Augusto Atuação: Álvaro Menezes Iluminação: Adriana Ortiz Cenografia: Beli Araújo Figurino: Marcelo Olinto Trilha Sonora: André Poyart Assistência de Direção: Wesley May Preparação Corporal: Milena Codeço Design Gráfico e Mídias Sociais: Peu Fulgêncio Fotos: Renato Mangolin Assessoria de Imprensa: Paula Catunda e Catharina Rocha Assistente de Produção: Virgínia Bravo Direção de Produção: Ártemis SERVIÇO Espetáculo: “Cobra, lagartos e minhocas” Temporada: de 9 a 21 de abril de 2025 (quarta a sábado, às 19h. Domingo, às 18h. Segunda, às 19h) Local: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – Teatro 3 Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 - Centro – RJ Informações: (21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia) Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia-entrada. Bilhetes disponíveis na bilheteria do CCBB ou pelo site bb.com.br/ cultura Capacidade Teatro 3 : 101 lugares. Classificação: 14 anos Funcionamento CCBB : De quarta a segunda, das 9h às 20h (fecha às terças). ATENÇÃO: Domingos, das 8h às 9h - horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes, conforme determinação legal (Lei Municipal nº 6.278/2017 Assessoria de imprensa CCBB RJ Giselle Sampaio gisellesampaio@bb.com.br | 21 3808-0142 Siga o CCBB RJ nas redes sociais bb.com.br/cultura | facebook.com/ ccbb.rj | instagram.com/ ccbbrj | x.com/ccbb_rj | tiktok.com/@ccbbcultura Instagram da peça: @cobraslagartoseminhocas Fotos: Renato Mangolin Alex Varela
- Festival Resistência Cultural no Rival: Feijoada do Rival com Roda de Samba na Tia Surica
Crédito da foto: Thais Monteiro Você pediu, e, em abril, tem mais uma edição da Feijoada do Rival! Com oferecimento da Granfino e a roda de samba da Tia Surica, a feijoada está marcada para o dia 12 de abril. A famosa pastora da escola de samba de Oswaldo Cruz vai se apresentar acompanhada de músicos da Velha Guarda da Portela. A feijoada com aquele tempero que a gente já conhece acontece das 13h às 17h30 no Teatro Rival Petrobras. E a animação dos intervalos fica a cargo do DJ Angelo Chic. FEIJOADA DO RIVAL COM RODA DE SAMBA DA TIA SURICA TEATRO RIVAL PETROBRAS - Rua Álvaro Alvim ,33 - Subsolo, Rio de Janeiro - Rio de Janeiro 12 de Abril – Sábado às 13h – abertura da casa 13h Capacidade: 350 lugares Classificação 18 anos Ingressos a partir de R$ 60,00 Compras pelo link : https://bileto.sympla.com.br/event/104528/d/309636 Revista do Villa || Sheila Gomes (Assessoria de Imprensa)
- Sincera Mente apresenta (Vou-Te)³ no Teatro Villaret a 28 de Maio
O maior fenómeno Drag das redes sociais chega ao palco do Villaret em Maio com o espectáculo (VOU-TE)³. (VOU-TE)³ é um stand-up interactivo de autoria da Drag Queen e comediante Sincera Mente, que assina também a encenação deste espectáculo que junta comédia, improviso e histórias pessoais. Usando dados que alteram a estrutura da narrativa, Sincera Mente estabelece uma relação directa com o público e transforma cada espectáculo num momento único, criando uma experiência diferente a cada apresentação. Paralelamente o público é convidado a participar no espectáculo, através da sugestão de temas que serão explorados nos momentos de improviso em palco. Com uma trajectória artística iniciada em 2009, Sincera Mente destaca-se como comediante, cantora, bailarina e performer. Uma palhaça deslumbrante ou uma intérprete hilariante? Uma coisa é certa: Sincera Mente não passa despercebida. Com uma presença magnética e uma expressividade singular, é impossível não fixar o olhar nela enquanto o riso se solta sem controle. Os bilhetes já estão à venda na Ticketline e locais habituais. De e com Sincera Mente Fotografia Helena Duque Styling Lunna Foster Assistente Henrique Lage Uma co-produção Força de Produção e Queens Office SINCERA MENTE - (VOU-TE)³ Teatro Villaret 28 de Maio às 21h Bilhetes 18€ BILHETES SITE Revista do Villa || Teresa Sequeira (Força de Produção)
- Perfil: Claudia Alencar
A atriz Claudia Alencar é um patrimônio cultural nacional, uma artista consagrada em seus trabalhos elaborados, interpreta com perfeição técnica seus personagens e encanta o público com sua elegância e delicadeza na vida real. Claudia Alencar um fenômeno das telas sem fronteiras em Shakespeare com o filme que chega em breve com uma história envolvente, impactante e surpreendente que vai deixar a plateia petrificada, muito bem cotado para ir aos festivais da Europa e EUA, depois da exibição nas Salas de cinemas será exibido em outras plataformas digitais e streamings. “Aprendo a aceitar o que a vida me dá! Os grandes marinheiros só se fazem em mares bravios! Estou mais forte, alegre, amorosa e curiosa em aprender mais e mais! Agradeço a cada um que me deu e dá seu olhar amoroso.” @claudiaalencaroficial "A Diva está buscando patrocínio para a peça CAMARADAS de Aloisio Villar que fala sobre a ditadura militar no Brasil. Encontro de três torturados, e quase mortos e seu torturador. Final inesperado!" @claudiacmassessoria Claudia Alencar uma linda atriz de talento incomparável. Sucessos milhões Claudinha beijos de luz em sua vida! Gratidão. João Sousa
- Pedro Machado considera o turismo “um dos principais motores da economiaportuguesa”
Pedro Machado, Secretário de Estado do Turismo de Portugal. Foto: D.R “O turismo continua a afirmar-se como um dos principais motores da economia portuguesa”. É o que afirma Pedro Machado, Secretário de Estado do Turismo de Portugal, que avança que, “atualmente, o turismo em Portugal tem vindo a expandir-se para além dos destinos tradicionais”, tendo apresentado “um crescimento significativo em regiões como o Porto e Norte, Centro de Portugal, Alentejo e Açores”. Este responsável explicou que o objetivo das ações da Secretaria de Estado que lidera “é continuar a desenvolver um turismo sustentável e autêntico, que valorize o património cultural e natural, enquanto simultaneamente assegura benefícios económicos para todas as regiões”. Pedro Machado citou ainda o protocolo existente com o Programa Regressar, que, na sua opinião, “tem sido importante no apoio ao retorno de emigrantes portugueses”, apoiando a área do Turismo beneficiando “alguns dos investimentos que são feitos por estes portugueses recém-regressados”. Em entrevista à nossa reportagem, Pedro Machado, mestre em Ciências de Educação e doutorando em Patrimónios Alimentares: Culturas e Identidades, falou sobre as ações e os resultados recentes do Turismo de Portugal, que visa apostar numa estratégia de promoção que passa por “destacar a autenticidade, a cultura e a diversidade do país”. Qual o impacto real do turismo na economia portuguesa? Tendo por base as Receitas do Turismo, o turismo representa cerca de 11% do PIB nacional, um aumento significativo face aos 9,6% registados em 2023, evidenciando o seu papel estruturante na economia portuguesa. O turismo continua a afirmar-se como um dos principais motores da economia portuguesa, com um impacto significativo no crescimento do país. Além da sua importância direta para a economia, o turismo assume um papel essencial na criação de emprego ao gerar milhares de postos de trabalho diretos e indiretos em diversas áreas, desde a hotelaria e restauração até aos transportes e atividades culturais. Como avalia o desempenho do setor em 2024 e quais são as projeções para 2025? O desempenho do setor do turismo em 2024 foi notável, refletindo um crescimento sustentado e a consolidação de Portugal como um destino de referência a nível internacional. Os dados mais recentes apontam para 31,6 milhões de hóspedes e mais de 80 milhões de dormidas registadas, fator que reforça a crescente atratividade do país. Além disso, Portugal ocupa atualmente a 12.ª posição no ranking mundial de competitividade no turismo e demonstra a eficácia da estratégia adotada pelo Governo e entidades do setor para tornar o setor mais inovador, sustentável e resiliente. Para 2025, as perspetivas mantêm-se otimistas, com a continuidade do crescimento em valor assente na diversificação da oferta, na aposta na qualificação dos serviços e na valorização dos territórios. O compromisso com a sustentabilidade e a inovação será determinante para garantir que o setor continue a gerar valor económico, promovendo simultaneamente um turismo mais equilibrado e inclusivo. Quais são atualmente as regiões mais apelativas para os turistas que visitam Portugal? Existe uma estratégia específica para descentralizar o turismo e promover destinos menos explorados? Atualmente, o turismo em Portugal tem vindo a expandir-se para além dos destinos tradicionais, com um crescimento significativo em regiões como o Porto e Norte, Centro de Portugal, Alentejo e Açores, algumas das quais registam aumentos percentuais superiores à média nacional. Esta diversificação demonstra que o turismo está cada vez mais distribuído por todo o território, contribuindo para a valorização das economias locais e para um desenvolvimento mais equilibrado. A estratégia nacional de turismo tem apostado na descentralização da oferta, promovendo destinos menos explorados e diversificando os produtos turísticos. Para além dos tradicionais segmentos de sol e praia, têm-se destacado novas formas de turismo, como o turismo industrial, o turismo gastronómico, o turismo literário, o turismo de natureza e o enoturismo. Neste último segmento, Portugal foi distinguido, em 2024, como o melhor destino de enoturismo do mundo, reforçando o reconhecimento internacional da diversidade e qualidade da oferta turística do país. O objetivo é continuar a desenvolver um turismo sustentável e autêntico, que valorize o património cultural e natural, enquanto simultaneamente assegura benefícios económicos para todas as regiões. Qual o estado atual e resultados do protocolo existente entre o Turismo de Portugal e o Programa Regressar para quem decide voltar a viver em Portugal e escolhe o Interior do país para investir no ramo do turismo? O Programa Regressar, com vigência recentemente alargada até 2026, tem sido importante no apoio ao retorno de emigrantes portugueses, e o sector do turismo vindo seguramente a beneficiar de alguns dos investimentos que são feitos por estes portugueses recém-regressados. O protocolo entre o Turismo de Portugal e o Programa Regressar continua a ser uma peça-chave na estratégia nacional de valorização do interior, proporcionando aos investidores que regressam o apoio e as ferramentas necessárias para o sucesso dos seus projetos turísticos. Este apoio visa estimular a criação e expansão de empreendimentos turísticos em áreas menos densamente povoadas, contribuindo para a dinamização económica e a coesão territorial. Em cinco anos, já regressam mais de 33 mil portugueses através do Programa, que oferece incentivos financeiros e fiscais para facilitar a reintegração profissional e social de quem regressa. A diversificação dos mercados emissores de turistas tem sido uma prioridade para Portugal. Como está a ser feita a promoção do país junto de mercados estratégicos como o Brasil? A diversificação dos mercados emissores de turistas é uma prioridade estratégica para Portugal, no sentido de aumentar a resiliência e a sustentabilidade do setor turístico. Nesse contexto, o país tem intensificado a promoção em mercados como o Brasil. O Turismo de Portugal mantém uma presença ativa no Brasil, promovendo campanhas que destacam a diversidade cultural e paisagística de Portugal. Além disso, são realizadas parcerias com operadores turísticos e participações em feiras internacionais para reforçar a imagem de Portugal como destino de excelência. A plataforma oficial de promoção turística, VisitPortugal, desempenha um papel crucial nesta estratégia, oferecendo conteúdos em múltiplos idiomas e adaptados a diferentes mercados. Através deste portal, potenciais visitantes podem explorar informações detalhadas sobre destinos, eventos e experiências em Portugal, facilitando o planeamento das suas viagens. Que resultados pode apontar na área do Turismo, em termos de promoção e receção de turistas, relativamente ao Brasil? Os números de 2024 evidenciam o sucesso da estratégia que tem vindo a ser seguida na abordagem a este mercado. As receitas turísticas aumentaram 7,9%, o número de passageiros desembarcados cresceu 6,0%, com o volume de compras com cartões bancários a subir 9,5%. O mercado brasileiro é um dos mercados de atuação prioritária. É um mercado de aposta que conta com um elevado potencial de crescimento. Importa assim desenvolver ações com vista ao aumento da notoriedade da já bem implementada marca VisitPortugal. O investimento no setor do turismo continua a crescer. Quais são os projetos e investimentos mais relevantes atualmente em curso para reforçar a oferta turística em Portugal? Mais do que reforçar a oferta turística, estamos empenhados em manter Portugal como um destino sustentável e responsável. É com esse objetivo central em mente que temos implementado um conjunto de projetos, ações e iniciativas e de que dou apenas alguns exemplos: Somos o primeiro país a cobrir todo o território com uma Rede de Observatórios de Sustentabilidade - utilização da análise de dados para monitorizar tendências turísticas e avaliar o impacto do turismo nos ambientes e comunidades locais, permitindo uma tomada de decisões informada e que prioriza um crescimento sustentável; Fundámos o NEST - Centro de Inovação do Turismo que promove a inovação e o uso da tecnologia na cadeia de valor do turismo e tem como prioridades de atuação: a experiência dos turistas, big data & analytics, soluções em sustentabilidade e competências digitais. O seu objetivo é apoiar o desenvolvimento de novas ideias de negócio, a experimentação de projetos e a capacitação das empresas na transição para a economia digital, posicionando-se como um polo de referência internacional em termos de empreendedorismo e desenvolvimento de soluções inovadoras para o setor; Criámos o REVIVE – Programa destinado à recuperação de imóveis públicos de elevado valor patrimonial que não estão a ser usufruídos pelas comunidades e seus visitantes, através da realização de investimentos privados que os tornem aptos para afetação a uma atividade económica lucrativa, com vocação turística, nomeadamente, nas áreas da hotelaria, da restauração, das atividades culturais, ou outras formas de animação e comércio, preservando-se os valores e pressupostos que determinaram a criação e existência; Lançámos o Programa Empresas Turismo 360º - que tem na sua base a capacitação das empresas do turismo em sustentabilidade e em gestão ESG – Environmental, Social and Governance; Implementámos o Programa “All for All – Portuguese Tourism” - dirigido a todos os empresários turísticos, bem como as entidades públicas ligadas ao setor turístico, tendo em vista a sua mobilização, numa atuação concertada de tornar acessível a oferta turística nacional; Apostamos e reforçamos a promoção de iniciativas que criem um impacto positivo nos territórios, ambiente e comunidades locais e incentivam a adoção de comportamentos de visita mais responsáveis – caso da Campanha “It’s not tourism. It’s futourism” (mais do que uma campanha é uma iniciativa que ambiciona mobilizar as pessoas e transformar as suas viagens em experiências autênticas e sustentáveis, por isso, capazes de gerar um impacto positivo nos territórios, no ambiente e nas comunidades; caso das majorações dos apoios financeiros concedidos às empresas para os projetos que incorporem estes aspetos. Qual tem sido o papel do Turismo de Portugal e da atual gestão na promoção do país como destino turístico de excelência? Que novas estratégias estão a ser desenvolvidas para consolidar a marca Portugal? Temos estado empenhados em consolidar a marca Portugal a nível global e graças a este esforço contínuo, Portugal já é amplamente reconhecido como um dos melhores destinos turísticos do mundo, tendo recebido inúmeros prémios e distinções internacionais. Atualmente, a estratégia de promoção passa por destacar a autenticidade, a cultura e a diversidade do país, com novas campanhas inovadoras do Turismo de Portugal como "Portugal is Art", que valoriza o património artístico e cultural, e a mais recente "Portugal, uma receita por escrever", que posiciona a gastronomia como um fator diferenciador da experiência turística. Estas campanhas reforçam a imagem de Portugal como um destino único, que alia tradição e inovação, oferecendo experiências memoráveis a quem nos visita. A atual gestão do Turismo de Portugal continua a apostar na sustentabilidade, inovação e digitalização. A sustentabilidade é um dos grandes desafios do turismo moderno. Que medidas estão a ser implementadas para garantir um turismo mais sustentável e equilibrado no nosso país? Portugal tem vindo a implementar diversas medidas para garantir um turismo mais equilibrado e responsável. Existe um forte investimento na descentralização do turismo, promovendo destinos menos explorados e distribuindo melhor os fluxos turísticos, reduzindo a pressão sobre as grandes cidades e áreas mais visitadas. A aposta na mobilidade sustentável também tem sido uma prioridade, com incentivos ao uso de transportes ecológicos e a criação de infraestruturas para facilitar deslocações com menor impacto ambiental. Paralelamente, o país tem desenvolvido iniciativas que promovem a economia circular no turismo, incentivando a redução do desperdício e o uso eficiente dos recursos em alojamentos, restauração e atividades turísticas. Outro pilar essencial é a valorização das comunidades locais, garantindo que o turismo contribui para o desenvolvimento regional e respeita a identidade e cultura dos territórios. Para isso, há um incentivo crescente à criação de experiências turísticas autênticas, que envolvam produtores locais, artesãos e pequenos negócios, promovendo um turismo mais inclusivo e sustentável. O setor enfrenta desafios, desde a sazonalidade à pressão sobre infraestruturas locais. Que políticas estão a ser adotadas para mitigar estes problemas e garantir um crescimento equilibrado do turismo? Para combater a sazonalidade, uma das estratégias-chave tem sido a diversificação da oferta turística, apostando em segmentos que atraem visitantes ao longo de todo o ano. É o caso, entre outros, do turismo de negócios, enoturismo, turismo de natureza e bem-estar. Campanhas internacionais e incentivos para eventos fora da época alta também têm contribuído para uma distribuição mais equilibrada dos fluxos turísticos ao longo do ano. Outra medida essencial é a descentralização do turismo, promovendo destinos alternativos que contribuam para uma redução da concentração em zonas como Lisboa, Porto e Algarve. A aposta no desenvolvimento de produtos e ativos que valorizem as regiões e as suas comunidades têm sido fundamentais para distribuir melhor os visitantes pelo território. Para lidar com a pressão sobre infraestruturas locais , Portugal tem investido na melhoria das acessibilidades e transportes públicos , garantindo que tanto os residentes como os turistas beneficiam de deslocações mais eficientes e sustentáveis. Além disso, há um reforço na regulamentação do alojamento local para garantir um equilíbrio entre a oferta turística e a qualidade de vida das comunidades. A aposta na digitalização e inovação também tem sido um pilar importante, permitindo uma melhor gestão dos fluxos turísticos através de ferramentas de monitorização e planeamento inteligente. Quais são as grandes metas do governo para o turismo nos próximos anos? Existe um plano estratégico definido para garantir a continuidade do crescimento do setor? O Governo tem metas ambiciosas para o setor do turismo nos próximos anos, alinhadas com um plano estratégico que pretende, não só manter o crescimento do turismo, como garantir que esse crescimento seja equilibrado, sustentável e benéfico para o país e as suas comunidades. Existem áreas essenciais para garantir um crescimento sustentável de Portugal como destino turístico. Entre essas áreas destacam-se a qualificação e captação de talento, a aposta na inovação e digitalização e a promoção de práticas sustentáveis. Será igualmente crucial assegurar um desenvolvimento equilibrado do território, incentivando a diversificação da oferta turística e a sua distribuição ao longo do ano. Além disso, a competitividade das empresas do setor e a valorização do turismo como motor de crescimento económico e social continuarão a ser prioridades estratégicas. Acredita que a vossa participação em ações, eventos e feiras internacionais podem influenciar os resultados do turismo em Portugal? Sem dúvida que sim. Estas iniciativas têm um impacte significativo e permitem promover o país como destino de excelência, estabelecer parcerias estratégicas e captar novos turistas, seja em mercados já tradicionais, seja em novos mercados. A presença das empresas turísticas portuguesas nesses certames, que proporcionam um contacto direto com o mercado, permite-lhes um incremento do seu conhecimento, mas, sobretudo, facilita e promove o contacto direto com operadores turísticos e potenciais compradores, estimulando assim a possibilidade de concretização de negócios. Em 2024, Portugal, através da presença organizada e promovida pelo Turismo de Portugal, esteve presente em 7 feiras generalistas, 3 feiras exclusivamente para profissionais e 4 feiras dirigidas ao segmento de luxo, na Europa, América e Ásia. Relativamente à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) deste ano, que decorreu de 12 a 16 de março de 2025, o Turismo de Portugal esteve presente com uma participação estruturada e abrangente. Portugal tem sido reconhecido como um dos melhores destinos turísticos do mundo. Como garantir que este sucesso se mantém e continua a beneficiar a economia e a sociedade portuguesa? A resposta está num crescimento sustentável em todas as vertentes do turismo, isto é, o sucesso de Portugal como destino turístico de excelência só poderá manter-se através de um crescimento sustentável e equilibrado. O foco está em crescer em valor, promover um turismo que beneficia a economia, respeita o ambiente e melhora a qualidade de vida das comunidades. Para isso, é essencial apostar em todas as matérias aqui mencionadas de modo que seja potenciada uma oferta diferenciada e autêntica. Portugal já é reconhecido como um destino de excelência. Agora, o desafio é consolidar esse estatuto, reforçar a competitividade do setor e garantir que o turismo continue a gerar valor, emprego e bem-estar para todos. Ígor Lopes