O português Luiz Augusto Ferreira de Almeida nasceu na cidade do Porto em 3 de março de 1817. Emigrou para o Brasil em data incerta, provavelmente na década de 1830. Fez fortuna na “praça” do Rio de Janeiro de meados do século XIX com o negócio de importação e venda de “fazendas secas”, tecidos.
Grande capitalista e negociante, foi acionista de grandes companhias como a Recuperadora, de seguros marítimos, da Companhia Mucury, da empresa portuguesa de paquetes a vapor Luso-Brasileira, do Banco do Brasil e do Banco Nacional, onde foi diretor.
Localizada na antiga rua direita, atual rua 1.o de março, número 92, durante muito tempo a firma Luiz Augusto Ferreira de Almeida & Companhia gozou de credibilidade e prestígio.
Foi sócio dos aristocráticos Cassino e Club Fluminense, onde a elite da corte se reunia. Em 1852 foi agraciado com a Comenda da Ordem da Torre e Espada e com a de Cavaleiro da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição, por serviços prestados aos portugueses no Brasil e em Portugal.
Foi “definidor”, conselheiro de ordens religiosas, subscritor com doações para várias instituições de caridade luso-brasileiras e causas humanitárias. Em 1855, Sua Majestade Fidelíssima, Dom Pedro V, de Portugal, criou e o agraciou com o título de visconde de Carvalhido.
Com o propósito de se mudar para a Europa, em 1860, vende sua chácara localizada no caminho novo de Botafogo, atual rua Marquês de Abrantes, antigo número 7A. Uma das mais elegantes da corte, a propriedade tinha fundos para o Caminho Velho, ou rua velha de Botafogo, onde nos dias de hoje denomina-se rua Senador Vergueiro.
Já em Paris, onde fez residência, começou sua contribuição para a Academia de Belas Artes de Lisboa, entre os anos de 1871 e 1874. Comprou e enviou quadros dos artistas Carlo Maratti, Guerino Grosso, Tintoretto, Annibale Carracci, Francesco de Ímola, Pietro de Cortona, Antonello de Messina, Pierre Mignard, e Lucas Cranach. Em maio de 1874 aconteceu a grande abertura da 10.a exposição da Sociedade Promotora das Belas Artes, em Portugal. As obras ofertadas pelo visconde foram reunidas em uma sala que, em 1896, ganhou o nome de Sala Visconde de Carvalhido No mesmo ano, foi elevado à grandeza de 1.o Conde de Carvalhido.
Segundo nos conta o velho historiador e bibliotecário Vieira Fazenda, o Conde queria fundar uma instituição, um asilo para idosos. Para isso, comprou a casa e chácara de um negociante chamado Fosc, na Ponta do Caju, em julho de 1890. Em 4 de setembro de 1890 fundou, com a ajuda de outros capitalistas, o “Asylo São Luiz para a Velhice Desamparada”, atual Casa São Luiz,uma instituição exemplar que existe até hoje.
O Conde se casou duas vezes, em primeiras núpcias com Dona Luísa Joaquina de Oliveira e, já na França, com a húngara Dona Helena Ana Maria Antônia Leichtinge. Luiz Augusto Ferreira de Almeida faleceu em Paris no dia 18 de julho de 1900.
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Flávio Santos - Colunista da Revista do Villa
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