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Revista do Villa

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Convidamos você a se juntar a nós nesta jornada, acompanhando as novidades e publicações

em forma de matérias, entrevistas e artigos realizados pela equipe de colunista.

Entrevista com Pr. Aranilton (Babão) - Fundador do Ministério Fogo Cruzado uma Igreja sem paredes

1 - Quem é Aranilton (Babão)? e o que faz hoje na vida?


Estou enviando o anexo sobre o testemunho. Hoje temos o Ministério Fogo Cruzado uma Igreja sem Paredes. Nossa Igreja foi a primeira do Brasil a ser registrada “igreja sem paredes”. Atuamos na cracolândia de São Paulo / Comunidades / Sertão de Piauí e do Ceará. Ajudamos 22 clinicas de recuperação com alimentos, pães, enfim todo tipo de doação. Entregamos cestas básicas para mais de 50 famílias.


2- Nesta atuação com o projeto social na “cracolândia!”, no centro de São Paulo, qual a reação das pessoas quando recebe você e sua equipe?


Todos os missionários vão com nosso colete que é vermelho, então toda a população já sabe que somos do “Pastor Babão”. Somos todos respeitados, inclusive depois da distribuição dos lanches eles mesmo nos pedem para nos ajudar a limpar as calçadas, ajudar na organização, eles se sentem úteis fazendo isso.


3- O projeto visa fazer o quê na “cracolândia”? E aproximadamente quantas pessoas são alcançadas?


Nosso principal objetivo é tirá-los deste local, através da Palavra de Deus. Levamos todos os domingos as 5:30hrs da manhã, aproximadamente 2500 lanches ou bolinhos, café/suco/água. Fazemos curativos, distribuímos cobertores quando está frio. E para aqueles que querem ser internados levamos para as clínicas.


4- Fale no seu ponto de vista o que poderia melhorar a situação das pessoas atendidas e porque estão ali usando drogas?


No meu ponto de vista como Igreja, as Igrejas deveriam atuar muito mais no centro de São Paulo e também na cracolândia, pois a missão social Jesus mandou a Igreja fazer e não o governo. Diversos motivos, porém a grande maioria se deve a problemas familiares.


5- O projeto tem algum incentivo financeiro? De Empresa ou órgão público? Caso não vocês estão abertos a doações no projeto Social?


Não. Recebemos doações toda semana do Grupo Farina e da Casa do Padeiro que são os pães/bolinhos para distribuirmos para a população de rua/cracolândia/clinicas/famílias. Sim, precisamos de muita ajuda.


6- Em toda demanda de pessoas ali na cracolândia você acredita na mudança do cidadão (a)? e quais resultados positivo já presenciou? Pode relatar algum sucesso de reviravolta na vida deste(a)?


Sim. Foram muitos casos que temos que houve transformação. Teve um engenheiro que tiramos da cracolândia e que a família dele o estava procurando. A Família dele mora na França, e enviou a passagem para o retorno dele. Então nesse período cuidamos dele, tiramos os documentos e passaporte e o levamos para o aeroporto.


7- Qual mensagem deixa aqui para os leitores referente seu projeto na cracolândia?


Quando acreditamos no poder de Deus, temos resultados maravilhosos de vidas restauradas e libertas daquele inferno que é a cracolândia. A Palavra de Deus diz: que na união dos irmãos Deus ordena as bençãos, quando estamos unidos cremos em um derramar do Espirito Santo, para resgatar os perdidos. Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.


8- Você faz parte de uma organização religiosa, quando faz oração para eles, qual percepção consegue ver nestas pessoas?


Sim, temos nosso Ministério que se chama: Ministério Fogo Cruzado uma Igreja sem Paredes. A grande maioria que vive na cracolândia já conhece a Palavra de Deus, dificilmente algum deles “nega” oração, inclusive temos um caderno de oração que colocamos os nomes deles e também tem aqueles que já nos abordam pedindo orações.


9- Pode deixar uma mensagem de seu sentimento interior referente sua jornada de vida?


Agradeço ao Pai, Filho, Espirito Santo por ter me resgatado e hoje tem me capacitado para levar a Palavra de Deus para essas vidas. Gratidão a Deus.


10- Quero agradecer seu pensamento e respostas nesta entrevista e para finalizar o que gostaria de acrescentar no seu projeto social?


Precisamos de muita ajuda de qualquer parte do mundo, se possível para o transporte das vidas vulneráveis um veículo e um espaço para nossas missões de preferência no centro de São Paulo.



(Seleção de Imagens cedidas para esta publicação)


 

Breve Testemunho

“Aos sete anos de idade, ao chegar da Bahia fui morar em um cortiço juntamente com 10 famílias no município de Guarulhos. Viemos em 11 pessoas, papai, mamãe e irmãos. Após um ano perdi meu pai e minha mãe assumiu o papel de pai de mãe.

 

Nós éramos todas crianças e a fome apertava cada dia mais, minha mãe saiu para trabalhar de empregada doméstica, onde muitas vezes trazia resto de comida para nos alimentar. Por muito tempo nossas refeições eram pé e pescoço de frango e o café da manhã era café preto com farinha.

 

Quando ainda criança fazia carreto na feira para ajudar no sustento da casa e no final da feira vasculhava para pegar alguns alimentos que eram descartados por todos. Durante a semana trabalhava também catando sucatas nas ruas para complementar a renda.

 

Consegui meu primeiro emprego registrado aos 14 anos, em uma drogaria no centro de São Paulo, foi aí que comecei a conhecer mais do mundo e tudo que ele oferecia: drogas, prostituição e noitadas.

 

Fui conhecendo a noite de São Paulo, onde pude experimentar alguns tipos de drogas, achava que uma roupa de marca preenchia minha vida junto com as drogas. Tinha um complexo de inferioridade, me achando uma pessoa muito feia, onde as drogas me davam uma falsa realidade de viver.

 

Fui participante de todas as tribos como: roqueiro, skatista, surfista, dark, break, punk, gótico, pichador. Após isso conheci a torcida organizada do Palmeiras no qual a comandei por muito tempo. Tudo isso foi uma fase onde aprendi muito, que nada neste mundo preenche o nosso coração a não ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo de Deus.

 

Em certo tempo da minha vida, busquei recursos em várias religiões, e fui enganado por um espírito maligno que me disse que eu estaria preso em uma gaiola de passarinho sem dever nada. Ao se passar três meses, fui acusado de um crime que não cometi. (Roubo de carga de fogão, sendo que até hoje eu ainda não sei dirigir). Fiquei preso por 30 dias e após ser inocentado, virei um alcoólatra e fumava vários maços de cigarro por dia.

Certo dia em um jogo do Palmeiras no Parque Antártica a Mancha cantava uma música assim:

 - Jesus é bom é bom até demais. Ninguém sabe agradecer as obras que Ele faz. Quem crê em Deus, muitas maravilhas, faz. Cura Divina e expulsa satanás. Mancha verde na Casa do Senhor, não entra satanás.

 

Quando cantava esse hino, eu chorava muito no meio da torcida, pensando que estava ficando louco, mas era o próprio Deus me visitando naquela hora. Aleluia.

 

Ao assistir um jogo da copa do mundo de mundo de 1994, estava totalmente alcoolizado, fui convidado para ir até uma Igreja por uma policial civil chamada Roseli. Eu aceitei e me entreguei a Jesus naquele dia mesmo.

 

Comecei a fazer evangelismo nas cadeias e quando entrei na Casa de Detenção do Carandiru. Um presidiário ficou me encarando, confesso que por ser a primeira vez que entrava naquele lugar pra fazer a obra de Deus, fiquei com medo. Logo após o meu testemunho no Pavilhão 6, aquele presidiário me chamou e disse que já havia tentado me matar. Fiquei assustado, porque estava iniciando meus trabalhos na Capelania Prisional por todo o Brasil, mas quando Deus nos chama Ele nos capacita. Aquele presidiário falou que era da Gaviões da Fiel e que me conhecia. Então me disse: Babão, me dá um abraço! Eu te conhecia e hoje servimos o mesmo Deus!

 

Outro caso, aconteceu no Pavilhão 5! Enquanto evangelizava os presidiários, falei que era ex-líder da Mancha Verde, quando de repente, um dos presidiários veio pra cima de mim, gritando que a Mancha havia sido responsável pela morte de seu irmão e que ele era da Gaviões.

 

Fiquei em silêncio e Deus me deu uma Palavra. Disse-lhe que ele precisava morrer. Fiquei assustado e toda cela também! Continuei dizendo-lhe que deveria morrer pro mundo e nascer para Jesus! Que Jesus cura, liberta, restaura. Ele começou a chorar naquela cela fria do pavilhão 5 da Casa de Detenção do Carandiru e ele aceitou a Jesus como seu Salvador, foi maravilhoso.

 

Hoje sou Fundador do Ministério Fogo Cruzado Uma Igreja sem Paredes e professor de Capelania, formado pela O.M.E.B.E (Ordem dos Ministros Evangélicos no Brasil e Exterior).

 

A Palavra de Deus diz em Salmos 126:6 [Quem sai andando e chorando enquanto semeia voltara com júbilo trazendo seus feixes.]”


 

João Paulo Penido - colunista da Revista do Villa



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