Entrevista com a bailarina Liana Vasconcelos

A minha convidada é a internacional e talentosa bailarina Liana Vasconcelos.

1- Quando ingressou no mundo da dança ?

Comecei a fazer ballet aos quatro anos de idade. Morava perto da Corpus Escola de Dança e via sempre as meninas de tutu e sapatilha e pedi à minha mãe para fazer também. Comecei então nesta escola, onde estudei ballet clássico, ballet moderno e sapateado. Depois, aos doze anos, fiz prova para a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro. E me formei lá em 2008. Paralelamente também sou formada pela Royal Academy of Dance, de Londres.

2- Fazer parte do Corpo de Baile do Theatro Municipal foi um grande desafio?

Fazer parte do corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro sempre foi o meu maior sonho e lutei muito por ele. Temos pouquíssimas companhias de dança no Brasil, então a concorrência é sempre muito grande, especialmente para as mulheres.

Esse ano estou completando dez anos como bailarina contratada desta instituição, da qual tenho muito orgulho, respeito e gratidão em fazer parte.

3- Você é uma grande estudiosa e pesquisadora .Como foi seu doutorado ?

Defendi a minha tese esse ano. Me tornei doutora em Artes Cênicas, pela Unirio. Minha pesquisa foi sobre a história das sapatilhas de ponta e sobre o trabalho de técnica de pontas da professora Jacy Jambay, uma grande professora brasileira que formou inúmeras gerações de bailarinas.

Foram quatro anos de muita pesquisa e estudo e pretendo publicar um livro futuramente.

4- Como é a rotina de uma bailarina ?

Muito intensa. São seis horas diárias de aulas e ensaios dentro da companhia. É uma profissão que exige muito fisicamente e mentalmente. E fora do horário da companhia também precisamos fazer atividades que auxiliam o nosso ofício como Pilates, Gyrotonic, Yoga e etc.

É preciso respeitar as horas de sono, ter uma alimentação equilibrada...Ser bailarina é mais do que uma profissão...é um estilo de vida!

5- Como se sentiu ao ser nomeada embaixadora do turismo do Rj ?

Muito feliz. O Rio de Janeiro é minha cidade natal e é a cidade que eu mais amo neste mundo. Tem beleza em todos os cantos. Fico muito honrada de estar representando, como embaixadora, a arte carioca.

6- Você tem dançado fora do Rio ?

Sim, sempre danço como bailarina convidada em diversos festivais e eventos de dança pelo país e pelo exterior. Gosto muito do intercâmbio cultural que acontece nestes encontros. E tenho sempre a missão de levar o ballet clássico para que seja conhecido em todos os lugares do Brasil, das grandes capitais às cidades do interior.

7- Já fez ou pretende fazer uma incursão numa companhia estrangeira ?

Já fiz sim. Morei na Europa, dançando na Alemanha e na Áustria. Foi uma experiência incrível, que me agregou muito como artista. Mas meu sonho sempre foi ser bailarina aqui no Brasil. Tenho essa missão de mostrar que é possível viver de arte, nas suas múltiplas vertentes, no nosso país.

8- O que pretende fazer nos próximos anos ?

Continuar dançando muito pelos palcos do Brasil e pelo mundo afora, pois é em cena que eu mais amo estar.  Também pretendo escrever um livro sobre Ballet Clássico e fazer o meu pós-doutorado em breve. Acho que o artista precisa estar sempre em movimento, na teoria e na prática!

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Chico Vartulii