Entrevista com Cláudia Werneck Saldanha, diretora do Paço Imperial, um dos maiores centro cultural da cidade.
1- Há 10 anos você assumiu a direção do Paço Imperial, um dos mais prestigiados espaços culturais do Rio de Janeiro. Quais foram os principais desafios ao longo desse percurso?
Os desafios são sempre relacionados aos investimentos para a conservação e preservação do monumento histórico e também para a programação de exposições, seminários e outras atividades. Os investimentos do Iphan são majoritariamente destinados à conservação e manutenção. Mas faltam investimentos para a manutenção de uma programação de qualidade do centro cultural.
2 - Poderia citar três das principais conquistas obtidas?
O reconhecimento do centro cultural como importante polo de difusão e debate com uma programação contínua;
A parceria com universidades e escolas de arte na promoção de seminários, palestras e exposições dos programas de artes visuais e história da arte;
A implementação de um programa educativo para receber escolas e outros grupos.
3- Como funciona o processo de seleção das mostras exibidas pelo Paço Imperial? Existe chamada de edital público?
Hoje não há edital porque não há investimentos suficientes para direcionar para tal projeto. Um Conselho de Programação formado por artistas, professores e gestores faz a indicação dos projetos de interesse para o Paço. A programação é definida pela equipe e pela direção do Paço a partir da disponibilidade de espaço.
4- Em sua gestão, quais os tipos de exposições que foram priorizadas?
Buscamos uma programação que contemple tanto as exposições monográficas como as coletivas, de artistas de relevância e também daqueles que iniciaram suas trajetórias há pouco tempo. Buscamos também exposições que trazem à luz a obra de artistas que por alguma razão deixaram de mostrar sua obra.
5- Quais são os referenciais artísticos que norteiam seu trabalho?
Não há referências artísticas, mas sim de relevância para a cena artística e cultural.
6- Você, que também já teve experiencia de direçao em outras instituições ligadas a arte, como o Parque Lage, por exemplo, poderia nos falar sobre como o poder publico apoia os museus e centros culturais do Rio de Janeiro?
Gostaria também que citasse algumas das ações que considere valiosas para as instituições.
Como gestora tive uma ótima experiência na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Fui também curadora do MAC de Niterói e diretora do RioArte e do Espaço Cultural Sérgio Porto. Todas essas instituições são públicas: do Estado, do município de Niterói e do município do Rio.
Os desafios são enormes e por essa razão estimulam meu trabalho.
7- Pode nos revelar seus planos para os próximos anos no Paço Imperial?
Em 2025 o Paço Imperial completará 40 anos de existência. Vamos criar uma programação especial com várias mostras, seminários e debates ao longo do ano. Pretendemos também publicar um livro sobre os 40 anos deste importante centro cultural.
Estamos com uma importante parceria com o Instituto Pedra que vai nos ajudar a encontrar soluções para uma série de adequações do espaço físico do edifício histórico para atender a demanda de público de visitantes a cada dia maior. O Paço vai continuar aberto, mas faremos algumas obras necessárias para atender as mostras de grande porte.
8- Qual é o orçamento do Paço para as exposições?
Não há orçamento para exposições. Contamos sempre com a parceria dos artistas, colecionadores, galeristas, universidades e institutos culturais.
Fotos :Marco Rodrigues
Chico Vartuli
Claudia é uma gestora/diretora de cultura com uma sensibilidade diferenciada para as artes plásticas. Sua atuação, nesses dez anos de direção do Paço Imperial, permanece vigorosa e pulsante no cenário da cidade do Rio de Janeiro. Bravissima!!
Parabéns pela ótima entrevista Sou uma grande admiradora da Claudia Saldanha
A Claudia Saldanha respira Arte!
Está no DNA da família.
Neta do nosso mais importante muralista, Paulo Werneck, vem preservando e celebrando seu legado.
Bravo!