Os 202 (duzentos e dois anos) da Independência do Brasil foram celebrados em Lisboa na tarde de quinta-feira, 5 de setembro, na Residência Oficial do Embaixador do Brasil em Portugal.
O Embaixador Raimundo Carreiro fez o discurso de abertura saudando a presença de mais quinhentos convidados, entre eles autoridades portuguesas, membros do corpo diplomático, agentes culturais, representantes de associações luso-brasileiras, além de empresários e estudantes.
Raimundo Carreiro destacou, durante seu discurso, a relação de amizade entre Brasil e Portugal
(Crédito da foto: divulgação - Facebook da Embaixada do Brasil em Lisboa)
Durante o discurso, o embaixador sustentou a amizade entre os dois países, unidos por uma língua e o vínculo histórico.
“País irmão com o qual temos uma história absolutamente única. A partir da Proclamação da Independência, o Brasil trocou uma relação de subordinação colonial por uma relação de mais perfeita amizade. Essa amizade tem uma marca na história e uma língua comum. Nossa comunhão de valores e sobretudo no forte entrelaçamento de nossas comunidades. Os milhares de descendentes de portugueses que vivem no Brasil e os milhares de brasileiros que vivem em Portugal, perfeitamente integrados lá e cá”, disse.
Após o discurso do embaixador, houve apresentações musicais do folclore brasileiro e degustação de cachaça, caipirinha e também de comidas típicas, como a feijoada. Os convidados conversaram e algumas autoridades ligadas ao mundo empresarial cederam entrevistas, e a Agência Incomparáveis apurou algumas delas.
O vice-presidente do World Trade Center Lisboa, José Magro, destacou que atualmente vivemos dias significativos da presença “não só de empresários, mas de empresas brasileiras” em Portugal.
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, Otacílio Soares, reforçou a fala de Magro e ressaltou a comunhão entre brasileiros e portugueses em proveito dos negócios.
“Os brasileiros têm vindo aqui, gostado, feito vários investimentos; os portugueses têm aumentado os investimentos no Brasil. Então, são laços que estão cada vez mais bem atados”, frisou.
Questões que envolvem as relações entre Brasil e Portugal também foram discutidas durante o evento, tendo a dupla tributação a que estão sujeitos os cidadãos dos dois países ganhado terreno.
“A minha participação nas festividades deve-se ao facto de ter sido convidado diretamente pelo Ministro Conselheiro, Dr. Olympio Faissol, pessoa com a qual venho trocado informações a respeito da luta que estou a empreender há cerca de seis anos, com o objetivo de eliminar a injusta cobrança de 25% de imposto de renda na fonte que vem incidindo sobre todas as aposentadorias e pensões concedidas no Brasil e pagas em Portugal. Tal cobrança, além de ser injusta e discriminatória, contraria o Acordo de Seguridade Social existente entre o Brasil e Portugal e que vem penalizando milhares de aposentados e pensionistas do Brasil aqui residentes”, defendeu Eduardo Neves Moreira, vice-presidente da Academia Luso-Brasileira de Letras, ex-deputado da Assembleia da República portuguesa e ex-presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CP-CCP).
Este responsável recordou que o tema da dupla tributação “já faz parte da pauta da próxima Cimeira Luso-Brasileira, mas estou a tentar eliminar essa injusta cobrança antes disso. Ainda neste ano, haverá uma reunião entre as duas chancelarias e há esperanças nesse sentido”.
Em 2025, a relação diplomática entre Brasil e Portugal vai completar 200 anos. A celebração vai ser realizada no Brasil, já que a de 2023 foi em Lisboa.
Ígor Lopes - colunista da Revista do Villa
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